Código
TL06
Área Técnica
Estrabismo
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Instituto Suel Abujamra
Autores
- BERNARDO PRZYSIEZNY (Interesse Comercial: NÃO)
- FABIO PIMENTA DE MORAES (Interesse Comercial: NÃO)
- GRACIELLA MIYUKI KATO SAKAMITTI (Interesse Comercial: NÃO)
- MÁRCIA FERRARI PEREZ (Interesse Comercial: NÃO)
- ISADORA GIORDANO (Interesse Comercial: NÃO)
Título
EVOLUÇAO DAS EXOTROPIAS DURANTE UMA DECADA: ANALISE EM CENTRO UNICO
Objetivo
Analisar e correlacionar achados no exame oftalmológico, epidemiológico e mórbidos de pacientes com exotropia (desvio divergente) durante uma década.
Método
Estudo retrospectivo de pacientes diagnosticados com estrabismo em hospital oftalmológico entre 2012 a 2022. Foram analisados dados como ano e idade na admissão, sexo, história familiar de estrabismo ou ambliopia, ambliopia ou tratamento para ambliopia, equivalente esférico na admissão, versões e tipos de estrabismos. Desvios mecânicos, paralíticos, sensoriais, consecutivos ou traumáticos foram excluídos. Dividiu-se as exotropias em dois grupos: manifesta (XT) e intermitente {X(T)}.
Resultado
3165 pacientes preencheram os critérios de inclusão, sendo 56,7% esotropias (n=1797) e 43,3% exotropias (n=1368). Proporção esta que se altera a partir de 2017 com mais exotropias. Das exotropias, 1068 eram do grupo intermitente (77,5%) e 308 manifestas (22,5%). O sexo feminino foi mais prevalente no grupo X(T) (55,7% vs 48,7%; p<0,05). Indivíduos jovens foram mais prevalentes no grupo X(T) (11,53 anos vs 24,34 anos; p<0,05). Ambos os grupos apresentaram prevalência semelhante entre história familiar de ambliopia e estrabismo. Aqueles em tratamento ou diagnóstico de ambliopia foram mais prevalentes no grupo XT (30,2% vs 21,8%; p<0,05). Na análise das versões, o grupo X(T) apresentou mais casos de tight, hiperfunção de OI e anisotropias em V e A (80,5%, 64,6%, 56,4% e 55,5%, respectivamente). O grupo X(T) apresentou maior prevalência de casos de prematuridade (78,3% vs 21,7%; p<0,05), quase a totalidade de gemelaridade, 13/14 casos (92,8%; p<0,05) e maioria de casos de autismo (76,2% vs 23,8%). O grupo XT apresentou maior prevalência de míopes e emétropes (30,5% e 47,7%, respectivamente) e o grupo X(T) de emétropes (58,4%), com divisão igual entre os demais erros refracionais (20,8% cada).
Conclusão
A exotropia, principalmente a forma intermitente, é considerada a forma mais comum de estrabismo na população menor do que 11 anos. O presente estudo reproduz dados vistos na prática clínica, documentando o aumento de casos de X(T) no Brasil.