Código
P053
Área Técnica
Oftalmopediatria
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: PUCPR
Autores
- ALEXIA MOREIRA MENDES (Interesse Comercial: NÃO)
- Ana Clara Simões Florido Almeida (Interesse Comercial: NÃO)
Título
IMPACTO DE CAMPANHAS DE CONSCIENTIZAÇAO EM ONCOLOGIA OCULAR: ANALISE EPIDEMIOLOGICA DE NEOPLASIAS DOS OLHOS NA PEDIATRIA
Objetivo
Avaliar os possíveis impactos da campanha “De Olho nos Olhinhos” no número de diagnósticos de neoplasias malignas dos olhos e anexos na população pediátrica, bem como descrever a distribuição temporal e espacial dos casos no período estudado.
Método
Estudo epidemiológico descritivo retrospectivo conduzido entre 1 e 3 de julho de 2024, utilizando dados do Datasus, entre o período de 2013 a 2023 e referem-se aos registros de “neoplasia maligna dos olhos e anexos”. Os critérios de inclusão compreenderam: diagnósticos confirmados de neoplasia maligna de olhos e anexos no território brasileiro, faixa etária de 0 a 5 anos e ambos os gêneros biológicos.
Resultado
Dentre o período analisado, foram constatados 1257 casos. O ano com menor número de casos reportados foi 2016, com apenas 64 casos em todo país. Dentre os anos com maior número de casos estão 2019, apresentando 151 notificações, e 2022, com 139. De 2020 para 2022, ano do início da campanha, houve um aumento de 23% no número de casos, e de 2021 para 2022 de 18,8%. Já do ano de 2022 para 2023, observa-se uma diminuição de 24,46% no número de casos, passando de 139 para 105. Dentre as cidades que receberam alguma fase da campanha de maneira presencial em 2023 (Manaus, Belém, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Goiânia), houve diminuição do número de casos de 89 (2022) para 61 (2023).
Conclusão
Considerando que a ação “De Olho nos Olhinhos” iniciou em janeiro de 2022 e teve grande destaque na mídia brasileira, é plausível que isso tenha contribuído para o aumento dos casos reportados em 2022 em relação a 2020 e 2021. No entanto, a pandemia de COVID-19 pode ter impactado a baixa notificação nesses anos. Em 2023, a redução da visibilidade midiática pode ter influenciado a queda nos registros, apesar da continuidade da campanha. Uma limitação do estudo é a falta de dados específicos sobre o retinoblastoma, e a influência de outras neoplasias não pode ser descartada. Conclui-se que, embora tenha havido aumento nos diagnósticos em 2022, não é possível atribuí-lo exclusivamente à campanha.