Código
RC095
Área Técnica
Glaucoma
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP)
Autores
- LUIZ HENRIQUE MOREIRA PEREIRA (Interesse Comercial: NÃO)
- LAURA GOLDFARB CYRINO (Interesse Comercial: NÃO)
- NARA GRAVINA OGATA (Interesse Comercial: NÃO)
Título
USO DE TECNICA MODIFICADA EM IMPLANTE DE SISTEMA DE DRENAGEM EM GLAUCOMA PEDIATRICO REFRATARIO: UM RELATO DE CASO
Objetivo
O objetivo do trabalho é ilustrar um caso de glaucoma pediátrico bilateral e refratário secundário à Síndrome de Sturge-Weber manejado com técnica modificada para implante do tubo de Susanna.
Relato do Caso
Paciente feminina, 8 meses, com glaucoma bilateral secundário à Síndrome de Sturge-Weber. Possui, à ectoscopia, mancha vinho do porto e buftalmia. À biomicroscopia, destaca-se afinamento escleral, ingurgitamento vascular conjuntival, estrias de Haab, hipoplasia estromal iriana e pressão intraocular (PIO) de 60mmHg em ambos os olhos (AO). À fundoscopia, identificou-se aumento da tortuosidade vascular e escavação de 0,9 AO. O diâmetro corneano era de 14mm AO, com biometria de 26,13mm e paquimetria de 680μm no olho direito (OD) e de 24,04mm e 568μm, no olho esquerdo (OE). À gonioscopia, havia sangue em canal de Schlemm e aparência de ângulo imaturo, com presença de ligamentos pectinados 3+ e disgenesia do seio camerular em OD. Inicialmente, houveram 3 tentativas pouco efetivas de trabeculotomia convencional AO. O seguimento, com 3 sessões de ciclofotocoagulação a laser, de baixa carga por baixa espessura escleral, novamente demonstrou pouco sucesso em controle da PIO. Em seguida, optou-se por colocação de implante de Susanna AO, em técnica modificada devido afinamento escleral. A inserção do dispositivo foi realizada com a fixação da esclera doadora reforçada com cola de fibrina em esclera receptora. A abordagem mostrou melhoria em controle da PIO, mantendo-se em valores próximos de 16mmHg (OD) e de 8mmHg (OE), indicando sucesso da estratégia cirúrgica modificada.
Conclusão
Neste caso, demonstramos uma conduta modificada no implante de tubo de Susanna em pacientes com esclera fina. O pioneirismo na revisão técnica para colocação de implante de Susanna, a partir do uso de patch escleral reforçado, foi eficaz em otimizar o suporte estrutural do sistema e minimizar complicações relacionadas à sutura.