Código
RC147
Área Técnica
Oncologia Ocular
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Instituto Prevent Senior
Autores
- PEDRO BRENNA DE OLIVEIRA FARIA PESSOA (Interesse Comercial: NÃO)
- ANDRE CARVALHO KREUZ (Interesse Comercial: NÃO)
- ALINE SUTILI TOLEDO (Interesse Comercial: NÃO)
Título
NEUROPATIA OPTICA COMPRESSIVA ASSOCIADA A MELANOCITOMA DE DISCO OPTICO
Objetivo
O melanocitoma é um tumor benigno derivado das células pluripotentes da crista neural, caracterizado por densa pigmentação. Em geral, é pouco sobrelevado e possui baixa predisposição à malignização. Sua localização mais comum é sobre o disco óptico (DO), sendo possível ser encontrado na retina ou coroide adjacente por contiguidade. Na maioria dos casos é assintomático, sendo os defeitos pupilares e de campo visual raros. O presente relato tem como objetivo relatar o caso de uma paciente com melanocitoma de DO no olho esquerdo (OE) extenso com acuidade visual (AV) preservada a despeito de uma neuropatia óptica compressiva evidenciada pela perda de células ganglionares maculares.
Relato do Caso
Paciente feminino, 82 anos, asiática, com diagnóstico de melanocitoma de DO em OE desde 2002. Vem em acompanhamento da lesão desde então, sendo seu crescimento estacionário e sem sinais de malignização. Sua visão no olho direito (OD) é de 20/25 e no OE 20/50. Não apresenta alterações na biomicroscopia anterior de ambos os olhos (AO). O exame do fundo do OE revela lesão pigmentada sobre o DO, de cerca de 6 diâmetros de disco, sobrelevada, bem delimitada, com atrofia superior, conforme evidenciado pela retinografia colorida (figura 1a), autofluorescência (figura 1b) e corte B-scan do OCT do nervo óptico (figura 1c). Ao exame, não há defeito pupilar aferente relativo nem anisocoria. Na avaliação multimodal, a campimetria do OE revelou campo tubular, com área central de visão preservada (figura 2a) e o OCT de mácula do OE (figura 2b) evidenciou defeito difuso das células ganglionares, sugerindo neuropatia óptica compressiva pelo melanocitoma.
Conclusão
Neste caso, destaca-se a raridade do tamanho do tumor, a boa acuidade visual da paciente, bem como a presença de sinais que sugerem neuropatia óptica compressiva nos exames de OCT e campo visual.