Código
TL11
Área Técnica
Oculoplástica
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Faculdade de Medicina de Marília (FAMEMA)
Autores
- ALEXANDRE YAMADA FUJIMURA JÚNIOR (Interesse Comercial: NÃO)
- DAVI MARÇOLA VEIGA (Interesse Comercial: NÃO)
- DILLAN CUNHA AMARAL (Interesse Comercial: NÃO)
- GUSTAVO ROSA GAMEIRO (Interesse Comercial: NÃO)
- RICARDO NOGUERA LOUZADA (Interesse Comercial: NÃO)
Título
IMPACTO DA TOXINA BOTULINICA EM PACIENTES COM ESPASMO ORBICULAR: UMA REVISAO E META-ANALISE DA SUPERFICIE OCULAR
Objetivo
Este estudo representa a primeira revisão sistemática com meta-análise a investigar os impactos da toxina botulínica em parâmetros da superfície ocular — incluindo produção lacrimal (Schirmer I), estabilidade do filme lacrimal (TBUT), espessura da camada lipídica (LLT), sintomas de olho seco (OSDI) e astigmatismo — em pacientes com espasmo do músculo orbicular, como blefaroespasmo essencial benigno (BEB) e espasmo hemifacial (HFS).
Método
Foi realizada busca sistemática nas bases PubMed, Embase e Cochrane até fevereiro de 2025, conforme a estratégia descrita na Tabela 1. Foram incluídos estudos com ≥7 pacientes diagnosticados com espasmo do músculo orbicular, que fornecessem dados clínicos antes e após o tratamento com toxina botulínica (BTX), com acompanhamento entre 3 semanas a 3 meses. O tempo de seguimento para cada desfecho está descrito nas respectivas figuras. As diferenças médias (MD) foram calculadas por modelo de efeitos aleatórios, e os gráficos foram elaborados com o uso do software RStudio.
Resultado
Após triagem e seleção (Figure 1), foram incluídos 28 estudos (sendo 23 prospectivos), totalizando 756 pacientes (1.155 olhos), com predominância de BEB (500) e HFS (245). A idade média variou entre 52 e 71,4 anos; doses de BTX-A de 10 a 70 U/olho. O ST1 não apresentou alteração significativa em 1 mês (MD: –0,04 [–1,24 a 1,16]; Fig 2A). O TBUT foi inicialmente inconclusivo (MD: 0,75 [–0,19 a 1,70]; I² = 82,6%; Fig 2B), mas mostrou melhora após exclusão de um outlier (DM: 0,97 [–0,34 a –0,05]; I² = 53%; Fig 2C). A LLT aumentou (DM 14,62 nm [8,15 a 21,10]; I² = 0%; Fig 2D). O OSDI melhorou em 1 mês (DM –9,91 [–16,60 a –3,22]; I² = 85,7%; Fig 2D) e em 3 meses (DM –7,41 [–10,84 a –3,97]; I² = 0%; Fig 2E). O astigmatismo também foi reduzido (DM –0,19 [–0,34 a –0,05]; I² = 46%; Fig 2F).
Conclusão
BTX promoveu melhora nos sintomas de olho seco (redução do OSDI), na qualidade do filme lacrimal (aumento da LLT) e na regularidade corneana (redução do astigmatismo). Não houve alteração significativa no ST1, e os resultados do TBUT foram inconclusivos.