Código
RC075
Área Técnica
Estrabismo
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Hospital da Fundação Banco de Olhos de Goiás
Autores
- NEIANE CRISTINA SANTOS (Interesse Comercial: NÃO)
- VERA LUCIA FALCÃO TAVARES (Interesse Comercial: NÃO)
- NATHALIA REZENDE DONADIO PERUZZO (Interesse Comercial: NÃO)
Título
Relato de uso da técnica de duplo interlacing associado a recuo de reto medial para correção de esotropia paralítica
Objetivo
Este relato tem como objetivo compartilhar os resultados obtidos com a utilização da técnica de duplo interlacing associado a recuo de reto medial para correção de esotropia paralítica.
Relato do Caso
Paciente apresentou quadro de esotropia de 95 dioptrias para longe e 115 dioptrias para perto (imagem 1) devido à paralisia do músculo reto lateral direito após traumatismo cranioencefálico. Foi optada pela realização da técnica de duplo interlacing associado à técnica de recuo de 10 mm do reto medial de olho direito para reajuste do vetor de forças musculares e correção do desvio. No pós-operatório imediato, foi observada correção completa do desvio (imagem 2). Na sétima semana pós-operatória, foi observada presença de esotropia residual de 10 dioptrias para longe e correção completa do desvio para perto (imagem 2). No primeiro mês pós-operatório, foi observada presença de esotropia residual de 30 dioptrias para longe e 20 dioptrias para perto (imagem 2). Apesar do desvio residual, o paciente ficou satisfeito com o resultado estético, alcançando o objetivo de melhora da autoestima.
Conclusão
A técnica de duplo interlacing é uma técnica recente que foi desenvolvida pelo doutor Tomás Mendonça para correção de esotropia paralítica em casos de paralisia de reto lateral. Ela consiste na divisão do tendão do músculo reto lateral em parte superior, que é passada pelo músculo reto superior, e em parte inferior, que é passada pelo músculo reto inferior, e, após, refixação do músculo reto lateral à sua inserção lateral. Isso provoca uma alteração do vetor de forças musculares, permitindo o reposicionamento ocular. Essa abordagem é vantajosa em relação às técnicas tradicionais, pois obtém uma maior correção do desvio devido à tração realizada pelo ventre muscular, não necessita de sutura no ventre muscular e promove a desinserção de apenas um músculo extraocular. Neste caso, foi observada a eficácia desta técnica na correção de esotropia paralítica causada após trauma cranioencefálico.