Título

ENGENHARIA DE ANTICORPOS RECOMBINANTES ANTI-ACANTHAMOEBA: AVANÇOS NO DIAGNOSTICO E TRATAMENTO DA CERATITE AMEBIANA

Objetivo

Padronizar um ensaio de imunofluorescência direta, com anticorpos recombinantes anti-Acanthamoeba, para detecção desta ameba de vida livre potencialmente patogênica, além de avaliar o potencial terapêutico destas moléculas.

Método

A partir de uma IgG monoclonal murina anti-Acanthamoeba, o mAb3, foram produzidos anticorpos recombinantes nos formatos scFv, minibody e scFv-Fc. Para os ensaios de imunofluorescência, lâminas com Acanthamoeba, Fusarium sp., Aspergillus sp., Staphylococcus aureus e Escherichia coli, foram incubadas com os anticorpos conjugados à fluoresceína e observadas em microscópio de fluorescência. Visando verificar seu potencial terapêutico, o efeito dos anticorpos e devidos controles sobre a atividade metabólica de trofozoítos foi avaliado pela alteração na função mitocondrial utilizando o reagente Alamar Blue. Finalmente, foram realizados ensaios de interação de macrófagos RAW 264.7 com trofozoítos de Acanthamoeba na presença ou ausência do anticorpo mAb3 e controles, cujo efeito foi avaliado por microscopia.

Resultado

Os anticorpos foram capazes de reconhecer trofozoítos e cistos de Acanthamoeba, não havendo reatividade cruzada com outros patógenos. Ademais, foi observada a capacidade dos fragmentos derivados do mAb3 de inibir o metabolismo de trofozoítos de duas cepas clínicas de Acanthamoeba, com uma inibição máxima de mais de 50% para o formato scFv em uma das cepas. Por fim, constatou-se um aumento da interação entre os macrófagos e trofozoítos na presença do anticorpo quando comparado aos controles.

Conclusão

o mAb3 e seus fragmentos derivados possuem um grande potencial de aplicação para o diagnóstico e, possivelmente, tratamento da ceratite amebiana.