Código
TL05
Área Técnica
Córnea
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP
Autores
- JULIANA MIKA KATO (Interesse Comercial: NÃO)
- Luiza Manhezi Shin de Oliveira (Interesse Comercial: NÃO)
- Tatiana Tanaka (Interesse Comercial: NÃO)
- Luciana Santana (Interesse Comercial: NÃO)
- Thais Sabato di Gioia (Interesse Comercial: NÃO)
- Evangelina M P A Araujo (Interesse Comercial: NÃO)
- Joyce Hisae Yamamoto (Interesse Comercial: NÃO)
- Ruth Miyuki Santo (Interesse Comercial: NÃO)
Título
TENDENCIAS NO PERFIL MICROBIOLOGICO E SENSIBILIDADE ANTIMICROBIANA NAS ULCERAS DE CORNEA: ANALISE PRE E POS COVID-19
Objetivo
Analisar o perfil microbiológico e de sensibilidade antimicrobiana das úlceras de córnea infecciosas em serviço terciário de saúde, e identificar tendências no período pré e pós pandemia do COVID-19.
Método
Estudo retrospectivo de pacientes com suspeita de úlcera de córnea infecciosa no Hospital das Clínicas HC-FMUSP entre 2013 e 2023. Os critérios utilizados na Instituição para indicação de coleta são: tamanho maior que 2x2mm, invasão estromal maior que 50% ou localização central. Para análise de tendência pré e pós-COVID-19, os dados foram separados em 2 grupos: janeiro/2013 a março/2020, e abril/2020 a dezembro/2023. A prevalência dos agentes e suas sensibilidades foram comparadas por meio do teste de qui-quadrado ou teste exato de Fisher. A análise foi significativa quando p<0,05.
Resultado
Foram incluídos 537 pacientes, sendo 60,5% do sexo masculino, com idade média de 51,7±20,1 anos. No período pré-COVID-19, a positividade das culturas foi de 51,3% (220/429) e o agente mais isolado foi Cutibacterium acnes (14,0%), seguido de Pseudomonas aeruginosa (11,0%); já no período pós-pandemia, a positividade foi de 51,8% (56/108) e os agentes mais frequentes foram P. aeruginosa (20,0%) e Staphylococcus epidermidis (12,9%) (Tabela 1). Houve uma redução na identificação de C. acnes (p=0,01), Serratia marcescens (p<0,01) e de fungos (p=0,01) no período pós-COVID-19. As sensibilidades antimicrobianas estão representadas na Tabela 2. Houve uma redução da sensibilidade das bactérias Gram-negativas à ciprofloxacino (p=0,03); não houve alteração na sensibilidade das Gram-positivas à oxacilina (p=0,55). Do total das bactérias Gram-positivas, 28,1% (16/57) eram meticilino-resistentes. Todos estes foram sensíveis à Vancomicina.
Conclusão
Houve mudança no perfil microbiológico das úlceras de córnea pré e pós COVID-19. A redução da sensibilidade à ciprofloxacino reforça a necessidade de vigilância e uso controlado de antibióticos. A vancomicina ainda é indicada para úlceras gram-positivas resistentes.