Código
RC146
Área Técnica
Oncologia Ocular
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: UNESP
Autores
- ROBERTA TOVO BORGHETTO ABUD (Interesse Comercial: NÃO)
- Rosana Cristina Sciencia Pizarro (Interesse Comercial: NÃO)
- ELIANE CHAVES JORGE (Interesse Comercial: NÃO)
Título
MELANOMA DE COROIDE COM HEMORRAGIA SUBRETINIANA
Objetivo
Relatar caso incomum de melanoma de coroide com hemorragia subretiniana.
Relato do Caso
Mulher, 80 anos, com queixa de escotoma e dor em olho direito (OD) há algumas semanas. História de acidente vascular cerebral com sequelas motoras há 2 anos e cirurgia de catarata em ambos os olhos (AO) há 5 anos, e perda de seguimento desde então. Exame: acuidade visual (AV) apresentada: percepção luminosa em OD e conta dedos a 1 metro em olho esquerdo (OE). Biomicroscopia: impossibilitada pela limitação motora. Pressão intraocular em AO com Tonopen®:normal. Fundoscopia OD: lesão pigmentada, elevada, acometendo polo posterior e retina ínfero-temporal, com área hemorrágica extensa ao redor e descolamento de retina (DR). OE: drusas na região macular e atrofia do epitélio pigmentar da retina. HD: Melanoma de coroide em OD. Ultrassonografia de OD evidenciou lesão cupuliforme (5,7 x 10,7mm) em polo posterior (das 4 às 10 h), com ângulo Kappa, DR seroso perilesional, sugerindo melanoma de coroide (Figura 1). CD: a pedido da família, encaminhamento para serviço de oncologia ocular externo para estadiamento e tratamento.
Conclusão
O melanoma coroidal raramente se apresenta com hemorragia subretiniana (2,5% dos casos). Quando presente, geralmente está associada à tumores avançados, que herniam pela membrana de Bruch, causando compressão da vascularização tumoral e sangramento. Nestes casos é importante o diferencial, especialmente com a forma exsudativa da degeneração macular relacionada à idade e vasculopatia polipoidal da coroide, que podem apresentar áreas hemorrágicas em pacientes idosos. No caso relatado, a limitação motora impediu avaliação oftalmológica periódica, retardando o diagnóstico e possibilitando o crescimento do tumor. O tratamento dos tumores avançados depende do tamanho e estadiamento, sendo as principais opções a enucleação e terapias adjuvantes como a radioterapia em placa e estereotáxica de fótons, e termoterapia transpupilar. O desafio no manejo do melanoma coroidal continua sendo a detecção precoce, que determina o prognóstico visual e de vida.