Código
RC257
Área Técnica
Retina
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Hospital São Julião
Autores
- JOÃO HENRIQUE FRANZINI MELLA (Interesse Comercial: NÃO)
- DIEGO SALOMÃO DUCHINI DOS SANTOS (Interesse Comercial: NÃO)
- EDUARDO SILVA DE AGUIAR (Interesse Comercial: NÃO)
Título
SUSPEITA OFTALMOLOGICA DE SINDROME DE TERSON COMO INDICIO DE HEMORRAGIA SUBARACNOIDEA: UM RELATO DE CASO
Objetivo
A síndrome de Terson caracteriza-se por hemorragia vítrea, sub-membrana limitante interna ou sub-hialoide secundária a uma hemorragia intracraniana ou subaracnoidea. Este trabalho tem como objetivo relatar um caso em que a avaliação oftalmológica foi fundamental para a formulação de hipóteses diagnósticas e direcionamento da investigação pelas demais especialidades
Relato do Caso
Paciente feminina de 62 anos internada após crise convulsiva única e confusão mental com 5 dias de evolução, em um hospital sem neuroimagem disponível. Histórico de tabagismo e eclâmpsia em gestação prévia. Exames laboratoriais demonstraram padrão infeccioso e, então, foi solicitado fundoscopia para avaliar sinais de hipertensão intracraniana devido programação de punção lombar. Na avaliação oftalmológica, queixou de diplopia binocular. Observado hipofunção de reto lateral direito. Acuidade visual foi de 20/20 e biomicroscopia normal. Na fundoscopia, evidenciado hemorragias (sub-membrana limitante interna, confirmadas em OCT) em ambos os olhos e edema de papila à direita, além de lesão cicatricial sugestiva de coriorretinite prévia à esquerda. Elencado algumas hipóteses diagnósticas, como síndrome de Terson e retinopatia de valsalva. Devido à avaliação oftalmológica, equipe de clínica médica optou por encaminhar a paciente para exames de imagem. Realizado tomografia computadorizada de crânio que evidenciou hemorragia subaracnoidea aneurismática, o que sustentou a primeira hipótese de síndrome de Terson
Conclusão
Esse caso ilustra a importância da realização e valorização do exame físico oftalmológico em pacientes com sintomas neurológicos inespecíficos, visto que alterações oculares podem representar a primeira pista diagnóstica de condições graves. Em um cenário em que a suspeita clínica inicial direciona a investigação para outras etiologias, a detecção precoce de sinais como os compatíveis com síndrome de Terson podem antecipar a indicação de exames de imagem, favorecendo o diagnóstico oportuno de patologias potencialmente fatais, a exemplo da hemorragia subaracnoidea