Código
RC072
Área Técnica
Estrabismo
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: HOSPITAL FEDERAL DE BONSUCESSO
Autores
- CAROLINA HELENA LIRA VIANA DA SILVA (Interesse Comercial: NÃO)
- JOÃO VITOR DAL BOSCO ZAFFARI (Interesse Comercial: NÃO)
- RENATO SZTERN QUEIROZ (Interesse Comercial: NÃO)
Título
RELATO DE CASO: TECNICA OPERATORIA ATIPICA NA SINDROME DE DUANE TIPO III/EXODUANE
Objetivo
Este relato de caso visa descrever a apresentação clínica e a abordagem operatória de uma paciente com Síndrome de Duane tipo III/exoduane.
Relato do Caso
Paciente, 40 anos, feminina, sem histórico oftalmológico prévio ou história familiar de doença ocular, compareceu à consulta devido ao estrabismo. Ao exame: Acuidade visual com correção 20/30 em ambos os olhos com refração no olho direito (OD) -5,50esf -1,25cil x 60º e no olho esquerdo (OE) -6,50esf -3,50cil x 143º; Torcicolo girando a cabeça para a direita a 14º; Krimsky: exotropia de 35DP; Motilidade OD preservada, OE -4 reto medial, -3 reto lateral, upshoot, downshoot com retração do globo ocular em adução, restrição da abdução, déficit de adução e de abdução; Biomicroscopia sem alterações; PIO 11/12mmHg; Fundoscopia sem alterações. Foi indicada correção cirúrgica com recuo do reto lateral com confecção de Split do músculo e plicatura do reto medial do OE. Pós operatório: paciente corrigiu torcicolo, ficou em ortotropia, melhorou upshoot e downshoot e manteve a restrição de adução.
Conclusão
A Síndrome de Duane (SD) faz parte dos Distúrbios de desenervação craniana congênita, com hipoplasia nuclear associada e/ou nervos ausentes. A SD é esporádica, 5%–10% apresentam herança autossômica dominante, mais comum em mulheres, predileção pelo OE. Há correlatos que a alteração é decorrente da ausência ou da hipoplasia do núcleo do VI par craniano com inervação aberrante do reto lateral por um ramo do III par craniano. No caso exposto, há uma apresentação da SD tipo III (exoduane) com as características descritas na literatura: exotropia, torcicolo, upshoot, downshoot, retração palpebral e limitação de adução e abdução. A técnica de Split é utilizada para correção do downshoot e do upshoot. Há poucos relatos na literatura da técnica de plicatura para correção de SD tipo III, porém, nesse caso, foi utilizada para melhora do exodesvio e diminuição da retração em dextroversão. Este caso sublinha a importância do conhecimento da SD, para oferecer alternativas que melhorem a qualidade de vida do paciente.