Código
RC219
Área Técnica
Retina
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Hospital de Olhos Santa Luzia
Autores
- PAULO ROBERTO DE ALBUQUERQUE MAGALHAES (Interesse Comercial: NÃO)
- MARIA EDUARDA DELGADO XAVIER (Interesse Comercial: NÃO)
- MATHEUS FERNANDES ARAUJO DE ALMEIDA (Interesse Comercial: NÃO)
Título
MACULOPATIA SEROSA CRONICA ASSOCIADA A COLOBOMA DE NERVO OPTICO
Objetivo
O trabalho tem objetivo de relatar um caso de baixa visual por maculopatia associada a coloboma de nervo óptico, associado a acometimento retiniano de longa data sem intervenções prévias.
Relato do Caso
Paciente de 60 anos, relata baixa da visão central em olho esquerdo (OE) notada aos 30 anos de idade. Sem antecedentes oculares de interesse. Relata um filho com malformação congênita ocular (persistência de membrana pupilar + subluxação inferior do cristalino), prole de casamento com prima de 3º grau. Acuidade visual com melhor correção em OD 20/20 e OE 20/600. Sem alterações da motilidade ocular. Exame das pupilas com defeito pupilar aferente relativo à esquerda. Biomicroscopia anterior sem alterações. À fundoscopia, OD normal, e o OE apresentava defeito de aspecto colobomatoso em quadrante inferior do nervo óptico, não se visualizando fosseta, além alteração retiniana pigmentar de aspecto atrófico, em formato circular, de aproximadamente 2 diâmetros de disco, estendendo-se do bordo temporal do nervo óptico ao centro da mácula. OCT de mácula do OE mostrou descolamento seroso plano da retina nessa região, iniciando-se da área de coloboma, associado a afinamento das camadas retinianas. Angiografia fluoresceínica OE: acúmulo de contraste circular delimitado na topografia da alteração fundoscópica. Dado quadro de longa data e alterações estruturais da mácula, optamos por observação clínica.
Conclusão
Colobomas são malformações congênitas por defeito na embriogênese, podendo acometer qualquer estrutura ocular. No nervo óptico apresenta-se como um defeito escavado, levando a perda de visão e campo visual. Em raros casos pode se associar a descolamento seroso da retina. No caso em questão, paciente apresentava maculopatia serosa de longa data, com dano estrutural às camadas retinianas, associado a defeito funcional de NO evidenciado por DPAR. Pelo baixo prognóstico de melhora visual, optou-se em conjunto com o paciente por manter o acompanhamento periódico sem intervenções cirúrgicas ou medicamentosas.