Código
RC154
Área Técnica
Órbita
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Universidade Federal de Pernambuco - (UFPE)
Autores
- DIVAR FERNANDES PIRES NETO (Interesse Comercial: NÃO)
- LAERCIO LEITÃO BATISTA (Interesse Comercial: NÃO)
- MARCELO BEZERRA DE MELO MENDONÇA (Interesse Comercial: NÃO)
Título
FISTULA CAROTIDO-CAVERNOSA BILATERAL DE ALTO FLUXO APOS TRAUMA: UM RELATO DE CASO
Objetivo
Evidenciar a importância do diagnóstico preciso de fístula carotido-cavernosa (FCC) através de suas características clínicas e o impacto do tratamento nos sintomas.
Relato do Caso
Paciente sexo feminino, 51 anos, com quadro de diplopia, fotofobia, proptose e zumbido atonal há 02 meses, após episódio de hematoma subdural agudo secundário a queda da própria altura. Ao exame oftalmológico apresentava proptose importante, movimentos oculares paréticos e discreta anisocoria, sem DPAR. A biomicroscopia evidenciou quemose intensa e congestão de vasos episclerais. Apresentava acuidade visual sem correção de 20/200 em OD e CD à 04m em OE. Hemorragias retinianas foram encontradas em mapeamento de retina. Observou-se ainda presença de sopro bilateral à ausculta periorbitária. Pressão intraocular de 18mmHg em OD e 22mmHg em OE (em uso de timolol prescrito em internamento prévio). Devido à alta suspeita de FCC, foi solicitada avaliação da radiologia intervencionista, confirmando o diagnóstico após realização da angiografia. Realizada embolização arterial endovascular em seio cavernoso direito, evoluiu 24h pós-procedimento com AVCi. Após estabilização, apresentou melhora importante da proptose, acuidade visual, fotofobia e diplopia, além de diminuição da pressão intraocular. Aguarda realização de novo procedimento em seio cavernoso esquerdo.
Conclusão
As FCCs são malformações vasculares adquiridas que podem surgir espontaneamente ou devido causas secundárias. Podem ser de alto ou baixo fluxo, sendo as de alto fluxo aquelas que resultam de uma conexão direta entre a artéria carotídea interna e o seio cavernoso. Ocorrem com mais frequência em lesões traumáticas, com bilateralidade em apenas 1-2% dos casos. Dentre os achados oftalmológicos mais comuns podemos citar a proptose pulsátil, edema palpebral e quemose conjuntival. O glaucoma constitui uma de suas principais complicações, ocorrendo em até 30% das fístulas traumáticas. A arteriografia é o exame padrão ouro para confirmação diagnóstica e a terapêutica de escolha é a embolização arterial endovascular.