Código
RC266
Área Técnica
Trauma/Urgências
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Hospital Santa Isabel
Autores
- MARIA FERNANDA WOLTMANN (Interesse Comercial: NÃO)
- Marcus Woltmann (Interesse Comercial: NÃO)
Título
FRATURA BLOW-OUT ORBITARIA EM CRIANÇA: RECONSTRUÇAO COM ENXERTO OSSEO AUTOGENO DE PAREDE DO SEIO MAXILAR
Objetivo
As fraturas blow-out orbitárias são lesões decorrentes de traumas que acometem a órbita, podendo resultar em diversos sinais e sintomas entre eles: distopia, diplopia, limitação da movimentação ocular e parestesia. O objetivo deste trabalho é relatar um caso clínico de fratura blow-out do assoalho orbitário em paciente pediátrico tratado cirurgicamente com uso de enxerto autógeno de parede lateral do seio maxilar, destacando a facilidade da obtenção do enxerto, vantagens do mesmo frente as telas de titânio, e o resultado clínico cirúrgico.
Relato do Caso
Paciente masculino, 8 anos atendido após trauma ocular por impacto de bola durante prática esportiva. Ao exame clínico, não apresentava queixa de redução da acuidade visual, porém referia diplopia e parestesia infraorbital esquerda. O exame oftalmológico revelou limitação da supraversão do olho esquerdo. A tomografia computadorizada evidenciou fratura blow-out do assoalho orbitário esquerdo, com herniação dos tecidos periorbitários para o seio maxilar. Diante do quadro clínico optou-se pela abordagem cirúrgica realizando um acesso subtarsal, desencarceramento dos tecidos herniados, e reconstrução do assoalho orbitário utilizando enxerto autógeno da parede anterior do seio maxilar do mesmo lado, obtido por acesso intra-oral em fundo de saco de vestíbulo. No pós-operatório, o paciente evoluiu sem intercorrências, com movimentos oculares livres, ausência de diplopia, e a tomografia pós-operatória demonstrou reconstituição dos contornos anatômicos da órbita.
Conclusão
A fratura blow-out orbitária em crianças requer diagnóstico e tratamento precoces para evitar sequelas. O uso de enxerto autógeno da parede do seio maxilar, mostrou-se eficaz na reconstrução orbitária, oferecendo melhor integração óssea, menor risco de infecção, reação de corpo estranho, e eliminando a necessidade de uma nova cirurgia para remoção posterior da tela de titânio, que pode ser necessária em pacientes pediátricos. A obtenção do enxerto é simples, de tempo cirúrgico reduzido e baixo custo, garantindo bons resultados funcionais e estéticos.