Código
RC133
Área Técnica
Oftalmopediatria
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: hospital universitário de brasilia (HUB - UnB)
Autores
- ANA BEATRIZ CAETANO VIEIRA (Interesse Comercial: NÃO)
- Heloisa Lima Heller (Interesse Comercial: NÃO)
- Valéria Luíza Clemens Borges (Interesse Comercial: NÃO)
Título
RELATO DE CASO: NEVO DE OTA EM PACIENTE PEDIATRICO
Objetivo
O nevo de Ota ou melanose oculodermal, é uma condição rara caracterizada por lesão pigmentada na região periocular, incluindo as pálpebras e a conjuntiva. Na maioria das vezes é uma condição benigna, mas pode sofrer transformação maligna. A patologia afeta cerca de 0,020% da população, com predileção pelo sexo feminino e asiaticos. A manifestação clínica ocorre predominantemente na infância ou adolescência. Além do impacto estético, o nevo de Ota pode comprometer a acuidade visual dependendo da localização. O diagnóstico é, em geral, clínico, sendo complementado por exames auxiliares, como a dermatoscopia ou biópsia, nos casos em que há suspeita de malignização. O presente estudo tem como objetivo relatar um caso raro dessa condição, destacando sua apresentação clínica e os principais achados oftalmológicos.
Relato do Caso
Paciente do sexo masculino, 9 anos, sem histórico de traumas, comorbidades, uso de medicações contínuas, alergias medicamentosas, cirurgias oculares prévias ou utilização de colírios. Comparece ao serviço de oftalmologia acompanhado da mãe, a qual informa o surgimento súbito de lesão hipercrômica na região palpebral do olho direito há sete anos, com crescimento significativo nos últimos 2 anos. A acuidade visual sem correção é de 20/20 em ambos os olhos. Ao exame de biomicroscopia do olho direito, observa-se lesão hipercrômica na pálpebra superior, estendendo-se até a região temporal direita, sem alterações nos cílios. A conjuntiva inferior e nasal apresentam lesões hipercrômicas de coloração acinzentada medindo 4 mm vertical x 6 mm horizontal e 2 mm vertical e 2,5 mm horizontal, respectivamente. A córnea é transparente e há presença de nevo de íris no intervalo de 7h às 12h, fácico. No olho esquerdo, não foram identificadas alterações. O mapeamento de retina evidencia estruturas preservadas em ambos os olhos.
Conclusão
Embora, na maioria dos casos, o nevo de Ota seja uma condição benigna, há a possibilidade de transformação maligna, o que enfatiza a importância do diagnóstico precoce e do acompanhamento oftalmológico contínuo.