Código
RC008
Área Técnica
Catarata
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Instituto da visão
Autores
- ANTÔNIO VINICIUS BARROS MARTIN (Interesse Comercial: NÃO)
- Danyel Lages Alves (Interesse Comercial: NÃO)
- Vitor Leão de Carvalho (Interesse Comercial: NÃO)
Título
MICROESFEROFACIA E FALSA ALTA MIOPIA EM PACIENTE JOVEM: UM DESAFIO DIAGNOSTICO E TERAPEUTICO
Objetivo
Relatar um caso de microesferofacia em uma paciente jovem atendida no ambulatório de córnea do Instituto da Visão de Maceió.
Relato do Caso
Paciente do sexo feminino, 17 anos, compareceu ao ambulatório com piora progressiva da visão. Relata alta miopia iniciada aos 14 anos, com refração inicial de -6,00D AO. Nega antecedentes patológicos relevantes. Ao exame oftalmológico, refração dinâmica: OD: -14,00 -2,50 x 85° (AV: 20/50); OE: -13,00 -2,50 x 95° (AV: 20/60). Biomicroscopia: olho calmo, córneas claras, câmara anterior extremamente rasa, cristalino transparente e espessado bilateralmente, sem iridodonese ou facodonese (foto 1). Fundoscopia sob miose: nervo óptico com escavação de 0,2, mácula e vasos sem alterações, retina sem características miópicas. Não foi realizada dilatação devido ao risco de bloqueio pupilar. Pentacam: córneas normais; profundidade da câmara anterior (ACD): OD 1,17 mm, OE 1,07 mm. Gonioscopia AO: seio camerular estreito nos 4 quadrantes, visualização apenas da linha de Schwalbe sem identação, pouca expansão com identação e íris convexa. Biometria: AL próxima aos limites inferiores da normalidade (OD: 21,91 mm; OE: 22,06 mm) e espessura do cristalino aumentada (AO: 4,55 mm). Diante da câmara estreita, realizou-se iridotomia a laser para prevenir glaucoma agudo. Caso discutido com a equipe de retina, sendo indicada facoemulsificação com implante de LIO para prevenir complicações. Optou-se por LIO de peça única. No ato cirúrgico, diagnosticada microesferofacia com cristalino hipoplásico e zônula frouxa 360° (foto 2). No 7º dia pós-operatório, AVCC 20/20 em OE (-2,25) e 20/20 SC em OD. Biomicroscopia: segmento anterior calmo, câmara ampla e profunda, LIO centrada, iridodônese. Em seguimento oftalmológico e genético, sem diagnóstico sindrômico até o momento.
Conclusão
A microesferofacia é uma anomalia rara do cristalino, com diâmetro equatorial reduzido e espessura aumentada, frequentemente associada à Síndromes. O caso destaca a importância de incluir a microesferofacia no diagnóstico diferencial de alterações da câmara anterior.