Código
RC033
Área Técnica
Córnea
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Serviço Oftalmológico de Pernambuco (SEOPE)
Autores
- MARIA LUISA ARAUJO BOURBON VILAÇA (Interesse Comercial: NÃO)
- DÉBORA ASSIS DE SOUZA (Interesse Comercial: NÃO)
- Anamaria Coutinho Pessoa (Interesse Comercial: NÃO)
Título
MICROCORNEA ASSOCIADA A GLAUCOMA: RELATO DE CASO
Objetivo
A microcórnea é uma anomalia rara do desenvolvimento corneano, caracterizada por um diâmetro horizontal da córnea menor que 10 mm em adultos. Pode estar associada a outras alterações oculares, como catarata, coloboma, glaucoma e anormalidades do segmento anterior. O glaucoma é uma complicação potencialmente grave nesses pacientes, exigindo acompanhamento rigoroso. Este estudo relata um caso de microcórnea em paciente adulta associada ao glaucoma, discutindo sua abordagem clínica e terapêutica.
Relato do Caso
Paciente do sexo feminino, 52 anos, com história de estrabismo desde a infância e glaucoma, em uso de timolol, brimonidina e bimatoprosta. Relata cirurgia de catarata aos 22 anos. Apresenta hipertensão e diabetes. Ao exame oftalmológico, a acuidade visual corrigida foi: olho direito (OD) - conta dedos a 1 metro e olho esquerdo (OE) - movimento de mãos. A biomicroscopia evidenciou microcórnea pela distância branco-branco em ambos os olhos (AO): OD (7 mm) e OE (8 mm). Pupilas pouco reativas e corectópicas, devido a sinéquias posteriores. Observou-se também lentes intraoculares subluxadas e sem opacificação de cápsula posterior. A pressão intraocular (PIO) era de 15 mmHg em AO. Fundoscopia limitada pela baixa dilatação pupilar e nistagmo, sem alterações significativas no nervo óptico. A biomicroscopia ultrassônica (UBM) com sonda 50 MHz revelou distâncias sulco-sulco (OD: 10,12 mm; OE: 9,88 mm; normal: 11,78 mm) e esporão-esporão (OD: 8,8 mm; OE: 8,9 mm; normal: 11,87 mm) reduzidas comparadas com a normalidade. Além disso, foi observada a presença de ângulo de câmara anterior aberto e atrofia de íris em AO.
Conclusão
A microcórnea, apesar de rara, pode estar associada a condições potencialmente graves, como o glaucoma, que exigem manejo adequado para evitar perda visual irreversível. O acompanhamento oftalmológico rigoroso e o controle da pressão intraocular são fundamentais. Em casos mais graves, intervenções cirúrgicas podem ser necessárias para controle adequado do glaucoma e melhora da qualidade de vida do paciente.