Código
RC239
Área Técnica
Retina
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Universidade Federal do Rio Grande do Norte - (UFRN)
Autores
- ARTHUR EMANUEL DE AZEVEDO SILVA (Interesse Comercial: NÃO)
- JÚLIA MILLENE GOMES MAGALHÃES LACERDA (Interesse Comercial: NÃO)
- RAFAEL BARBOSA ARAUJO (Interesse Comercial: NÃO)
Título
OSTEOMA DE COROIDE: RESPOSTA TERAPEUTICA E RECORRENCIA DO FLUIDO SUBRETINIANO – RELATO DE CASO
Objetivo
O osteoma de coroide (OC) é um tumor ósseo benigno raro, caracterizado pela ossificação da coroide, mais comum em mulheres jovens. Sua apresentação varia desde casos assintomáticos até baixa visual quando envolve a mácula, com atrofia, presença de fluido subretiniano (FSR) ou neovascularização de coroide. Relatamos uma paciente com OC que evoluiu com FSR e demonstrou melhora com uso de espironolactona oral.
Relato do Caso
Paciente feminina, 20 anos, branca, diagnosticada com OC em exame de rotina em 2021, com acuidade visual de 1,0 no OD e 1,0 no OE. O exame revelou lesão subretiniana amarelo-esbranquiçada na mácula do OD, compatível com OC. Na avaliação multimodal foi evidenciado lesão sub-EPR, com hiperautofluorescência (Fig. 1) e presença de FSR, sem sinais de membrana neovascular subretiniana. Frente à ausência de tratamentos consolidados para a presença de FSR persistente secundário a OC, optou-se por tentativa terapêutica com espironolactona 50mg/dia por 90 dias, por extrapolação fisiopatológica da coriorretinopatia serosa central (CSC). Após o tratamento, observou-se redução do FSR, com manutenção da estabilidade visual por dois anos (Fig. 2). Figura 1. Autofluorescência em 2021 (A) e 2023 (B). Figura 2. Retinografias coloridas e OCT sequenciais de 2021, 2022 e 2022 (linhas A, B e C, respectivamente). Observar a presença de FSR no diagnóstico e ausência de FSR nos anos subsequentes.
Conclusão
O OC pode evoluir com complicações visuais significativas. Neste caso, a espironolactona mostrou-se uma opção terapêutica viável para atingir a ausência de FSR sustentada por dois anos. Entretanto, os estudos recentes sobre o uso de antagonistas mineralocorticoides para tratamento da CSC tem mostrado pouca eficácia. Visto o baixo risco e custo do tratamento, foi proposto à paciente em decisão conjunta, com sucesso anatômico e funcional. Porém, é só um caso isolado e mais estudos precisam ser conduzidos para o melhor entendimento do papel da espironolactona em casos como este.