Código
P039
Área Técnica
Epidemiologia
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Universidade Anhembi Morumbi
Autores
- LARISSA ARAUJO DOS SANTOS KANYAT (Interesse Comercial: NÃO)
- Giulia Fonseca Nascimento (Interesse Comercial: NÃO)
- Amanda Almeida Cardoso (Interesse Comercial: NÃO)
- Laura Emili Silva Nunes (Interesse Comercial: NÃO)
- Ivan Gustavo Mamani Condori (Interesse Comercial: NÃO)
- Juliana Silva Rocha (Interesse Comercial: NÃO)
Título
PREVALENCIA E FATORES DE RISCO ASSOCIADOS A MICROFTALMIA NO BRASIL (2018-2023): ESTUDO EPIDEMIOLOGICO BASEADO NO DATASUS
Objetivo
Estimar a prevalência de microftalmia (CID-10: Q11.2) no Brasil entre 2018 e 2023 e avaliar sua associação com fatores de risco, com ênfase no baixo peso ao nascer, identificar tendências temporais e impactos de variabilidade nos registros, visando subsidiar políticas de prevenção e cuidado neonatal.
Método
Estudo epidemiológico, observacional, analítico, de coorte retrospectivo, com dados do SINASC/DATASUS. Analisaram-se 16.390.722 nascidos vivos (2018-2023) por meio de tabelas com registros de microftalmia e peso ao nascer (<2.500g e ≥2.500g). A prevalência foi calculada como casos por 100.000 nascidos vivos, para a população geral e o grupo com baixo peso (1.453.521 nascidos vivos). Tendências temporais foram avaliadas, e os resultados apresentados em gráficos de linhas e barras empilhadas, gerados no Excel. Variáveis como idade materna não foram analisadas por carência de dados.
Resultado
Registraram-se 204 casos de microftalmia, com prevalência média de 1,24 por 100.000 nascidos vivos, variando de 0,90 (2021) a 1,85 (2023). Observou-se aumento de 51,6%, com 31 casos em 2018 e 47 em 2023, com queda em 2021, possivelmente por subnotificação pandêmica. O baixo peso (<2.500g) esteve presente em 60,78% dos casos (124/204), com prevalência de 8,53 por 100.000 nesse grupo, 6,88 vezes maior que a geral. A proporção de casos com baixo peso foi mais alta em 2022 (92,3%). São Paulo (42 casos), Minas Gerais (31 casos) e Roraima (2,61 por 100.000) destacaram-se em número e prevalência, evidenciando variações regionais.
Conclusão
A microftalmia apresentou tendência crescente, com aumento significativo em 2023 e forte associação com baixo peso ao nascer, reforçando esse fator de risco. A pandemia pode ter influenciado a notificação em 2021. Os achados indicam a necessidade de políticas públicas para prevenção, diagnóstico precoce e cuidado de gestantes e neonatos de risco, com foco em regiões de maior prevalência e grupos vulneráveis, promovendo a redução de complicações a longo prazo e a melhoria da qualidade de vida.