Código
RC279
Área Técnica
Uveites / AIDS
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Hospital da Polícia Militar
Autores
- KAROLINA BORTOLINI MAGEVSKI (Interesse Comercial: NÃO)
- João Victor Cornachini (Interesse Comercial: NÃO)
- Patrick Ferreira da Rocha (Interesse Comercial: NÃO)
Título
NEURORRETINOPATIA MACULAR AGUDA SECUNDARIA A DENGUE: RELATO DE CASO
Objetivo
Apresentar um caso de neurorretinopatia macular aguda (AMN) associada à dengue, destacando sua apresentação clínica, exames e evolução.
Relato do Caso
Paciente feminina, 19 anos, sem comorbidades conhecidas, com astigmatismo miópico composto, procurou atendimento por mancha branca central na visão de ambos os olhos, iniciada uma semana após episódio de dengue. Na avaliação inicial, apresentava acuidade visual corrigida de 20/20 no olho direito (OD) e 20/30 no olho esquerdo (OE). Biomicroscopia e fundoscopia estavam dentro da normalidade. Dez dias após, o fundo de olho revelou lesões brancacentas perifoveais temporais no OE. Foram solicitados exames complementares, incluindo retinografia, campo visual computadorizado, OCT-A, autofluorescência e angiografia fluoresceínica. A tomografia de coerência óptica (OCT) revelou lesão hiperrefletiva na camada plexiforme externa, nuclear externa e ao nível dos fotorreceptores na fase aguda além de afinamento da nuclear externa. No Near infrared observou-se mancha escura de morfologia petaloide, mais significativa em OE e no OCTA uma atenuação da vascularização na retina externa. Após seis meses, relatava melhora parcial do escotoma central no OE. A acuidade visual permaneceu 20/20 em ambos os olhos, com fundoscopia sem alterações.
Conclusão
A AMN é uma doença rara que afeta primariamente a retina externa e os fotorreceptores, estando frequentemente associada a estados de hipoperfusão retiniana, infecções virais e condições hematológicas. O presente caso destaca a relação entre a AMN e a dengue, reforçando a necessidade de investigação oftalmológica em pacientes com queixas visuais após infecções sistêmicas. Apesar da evolução clínica favorável, com manutenção da acuidade visual, o escotoma persistente indica um possível dano permanente aos fotorreceptores. A correlação clínica e o uso de exames de imagem, como a OCT, são fundamentais para o diagnóstico e acompanhamento da doença, permitindo diferenciá-la de outras patologias maculares e orientar o prognóstico visual do paciente.