Código
RC136
Área Técnica
Oftalmopediatria
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Hospital Federal da Lagoa
Autores
- LARISSA PEREIRA AMORIM (Interesse Comercial: NÃO)
- Fabíola Possidio Guimarães Franco (Interesse Comercial: NÃO)
- Matheus De Souza Scherrer (Interesse Comercial: NÃO)
Título
PSEUDOTUMOR CEREBRAL EM CRIANÇA: DESAFIOS DIAGNÓSTICOS, EVOLUÇÃO E MANEJO TERAPÊUTICO
Objetivo
Discutir o caso de uma criança com pseudotumor cerebral (PTC), sem hipertensão intracraniana (HIC) persistente, destacando a complexidade diagnóstica e importância do tratamento e seguimento clínico.
Relato do Caso
Trata-se de uma paciente do sexo feminino, de 3 anos, que iniciou acompanhamento em setembro de 2022 com queixa de cefaleia holocraniana intensa e intermitente por 4 meses, com necessidade de atendimentos em emergência. Sem histórico familiar relevante, parto a termo, desenvolvimento adequado, sem doenças e uso de medicamentos contínuos. Apresentou ao exame ausência de sinais neurológicos focais, retinoscopia de +1.50 em ambos olhos e papiledema bilateral à fundoscopia. A Tomografia de coerência ópitca evidenciou sinais de papiledema em ambos olhos e a TC de crânio realizada no mesmo dia não mostrou alterações. Em janeiro de 2023 a RNM de encéfalo com contraste evidenciou acentuação do conteúdo líquido da bainha do nervo óptico, mas sem abaulamento do disco óptico. Ao exame oftalmológico, notou-se regressão do papiledema bilateralmente. Em junho de 2023 foi realizada punção lombar que apresentou ausência de alterações citoquímicas e pressão de 16 mmH2O, descartando HIC naquele momento. Foi realizado ultrassonografia ocular para avaliar outros diagnósticos diferenciais como drusas de nervo óptico, porém, sem achados. Após período de cerca de um ano sem queixas, ela retornou quadro de cefaleias intermitentes. Foi realizada então em 2025 uma segunda punção lombar com pressão de 24 mmH2O. Diante da clínica sugestiva e da pressão limiar, foi dado diagnóstico de PTC. Foi iniciada monoterapia com acetalozolamida e mantido acompanhamento em conjunto com neuropediatria, com futura realização de novos exames, como angioressonância para avaliação de causas secundárias.
Conclusão
Tal caso evidencia a complexidade do diagnóstico de PTC, condição rara em crianças da idade da paciente em questão. O tratamento adequado, monitoramento integrado entre especialistas e a realização de exames subsequentes é essencial para o controle clínico e evitar cegueira a longo prazo.