Código
RC231
Área Técnica
Retina
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Hospital Universitário Cajuru
- Secundaria: Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR)
Autores
- RAFAELA GONZALES COSTA (Interesse Comercial: NÃO)
- Miguel Gonzales Costa (Interesse Comercial: NÃO)
- Simone Zanardo Gonzales Costa (Interesse Comercial: NÃO)
Título
OCLUSAO DA ARTERIA CENTRAL DA RETINA SECUNDARIA A COMUNICAÇAO INTERATRIAL: UMA MANIFESTAÇAO INCOMUM
Objetivo
Relatar um caso raro de oclusão da artéria central da retina (OACR) em um paciente portador de comunicação interatrial (CIA), destacando a importância do diagnóstico precoce, investigação clínica e tratamento.
Relato do Caso
Paciente feminino, 28 anos, há 1 dia com queixa de perda súbita de visão no olho esquerdo (OE) após crise de cefaleia. Procurou atendimento em UPA, onde relacionaram o quadro a um episódio de stress, sendo receitado antidepressivo. Sem melhora de sintomas, buscou atendimento oftalmológico. Nega comorbidades ou medicamentos de uso contínuo. Nega antecedentes oftalmológicos e familiares. Ao exame, acuidade visual corrigida no olho direito (OD) 20/20, e percepção luminosa no OE. Motilidade ocular extrínseca normal. À inspeção : presença de anisocoria com midríase média no OE. Reflexo fotomotor no OE ausente e diminuição do reflexo consensual do OD. Biomicroscopia normal ambos os olhos (AO). Pressão intraocular (PIO) de 12 mmHg AO. Ao exame de mapeamento de retina, OD normal e OE com achado sugestivo de OACR : palidez retiniana difusa com coloração avermelhada em região foveal (mácula em cereja – imagem 1). Foi realizado massagem ocular e paracentese, sem melhora da visão. Solicitado angiografia que confirmou o diagnóstico. Encaminhada para avaliação cardiológica, que constatou a presença de uma CIA (Ostium Secundum). Submetida a cirurgia de correção com Patch de pericárdio bovino, com boa evolução cardiopulmonar. Foi realizada OCT de mácula para controle, 4 anos após o quadro, que constatou atrofia importante da retina neurossensorial, acarretando em perda de visão permanente (imagem 2).
Conclusão
A OACR é uma urgência oftalmológica que requer tratamento imediato, sendo uma complicação rara quando secundária à CIA, principalmente em pacientes jovens. O diagnóstico precoce é fundamental para evitar uma perda visual definitiva, como no caso descrito. Uma investigação cautelosa é importante para evitar outros futuros eventos tromboembólicos e isquemia em órgãos vitais.