Título

AUXILIOS OPTICOS MELHORANDO A QUALIDADE DE VIDA DE UM PACIENTE DE 12 ANOS COM PERDA VISUAL BILATERAL SEVERA ADQUIRIDA

Objetivo

Ressaltar a importância da reabilitação visual multidisciplinar em pacientes pediátricos, destacando o impacto positivo dos auxílios ópticos e tecnológicos na adaptação e melhora da qualidade de vida.

Relato do Caso

Paciente do sexo masculino, 12 anos, chega ao serviço com história de perda visual severa progressiva e bilateral secundária à quadro de meningioma intracraniano que foi submetido à múltiplas abordagens neurocirúrgicas. Na ocasião, acuidade visual era de movimento de mãos em OD e 20/1000 em OE. Ao exame biomicroscópico, não apresentava alterações em segmento anterior. À fundoscopia foi evidenciado disco óptico pálido, escavação subtotal com poros de lâmina cribriforme proeminentes em ambos os olhos. O exame de campimetria 24-2 mostrou defeito profundo total e o 10-2 apresentando pequenas ilhas residuais centrais. A genitora do paciente compartilhou com a equipe a dificuldade diária, tanto em acompanhamento escolar quanto em atividades diárias. O paciente utilizava apenas uma lupa simples como instrumento de suporte. Desta forma, diante da grande limitação funcional, foi encaminhado para o departamento de VSN. Optou-se por iniciar com recursos não ópticos, como o uso de bengala e treinamento de orientação e mobilidade. Já entre os auxílios ópticos, os que demonstraram maior benefício foram os sistemas de lupa eletrônica portátil e a habilitação de tecnologia assistiva, como leitores de tela e assistentes de voz. Em consultas subsequentes, paciente retornou com boa aceitação e adesão às ferramentas, referindo aumento da autonomia e maior acessibilidade para acompanhar conteúdos didáticos.

Conclusão

O caso relatado mostra que os ganhos funcionais foram evidentes, com aumento da independência em tarefas cotidianas e melhora na qualidade de vida, permitindo maior participação social e acadêmica. A reabilitação visual mostrou-se essencial para a adaptação do paciente, demonstrando a importância da prescrição individualizada conforme o perfil útil da visão residual e deve sempre ser encorajada.