Código
RC109
Área Técnica
Neuroftalmologia
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Hospital de Olhos Ruy Cunha (DayHorc)
Autores
- LORENNA FERREIRA DA SILVA (Interesse Comercial: NÃO)
- ANA PAULA BARROS POLONI (Interesse Comercial: NÃO)
- CAIO CESAR CALIXTO GOMES (Interesse Comercial: NÃO)
Título
NEUROPATIA OPTICA ISQUEMICA ANTERIOR ARTERITICA POR ARTERITE DE CELULAS GIGANTES: UM RELATO DE CASO.
Objetivo
Relatar um caso de Neuropatia Óptica Isquêmica Anterior Arterítica (NOIA-A) por Arterite de Células Gigantes, bem como a importância da abordagem multiprofissional e manejo precoce.
Relato do Caso
Paciente, sexo feminino, 67 anos, com baixa acuidade visual (AV) em olho direito (OD) há 5 dias. Refere hipercolesterolemia e investigação para Chikungunya devido poliartralgia, sem outros históricos prévios. Ao exame, apresentou-se sem percepção luminosa em OD e com AV de 20/20 em olho esquerdo (OE). Ao teste de reflexo pupilar, constatou-se defeito pupilar aferente relativo em OD. Tonometria e biomicroscopia sem alterações. Em fundoscopia, notou-se em OD edema e protrusão de disco, com áreas de isquemia peripapilares; OE dentro da normalidade. Após Tomografia Computadorizada de crânio sem alterações, seguiu-se a propedêutica com Tomografia de Coerência Óptica e Mapeamento de Retina, os quais evidenciaram edema de papila com área de isquemia macular nasal em OD, com suspeita de oclusão de ramo arterial. Diante de tais achados, aventou-se a possibilidade de NOIA-A, iniciando-se tratamento empírico com Prednisona oral 1mg/kg/dia e acompanhamento multiprofissional com médico reumatologista. Após 4 semanas, já em desmame de Prednisona, paciente retorna com parecer reumatológico revelando diagnóstico de Polimialgia Reumática, que ocasionou Arterite de Células Gigantes. Em último exame, apresentou AV em OD de 20/200 e em fundoscopia palidez papilar com redução das áreas isquêmicas, demonstrando fase sequelar da NOIA-A em OD.
Conclusão
A principal causa de NOIA-A é a arterite de células gigantes, fazendo parte do processo patológico a oclusão de ramos arteriais devido vasculite. Como consequência, ocorre o edema papilar, associado a baixa AV aguda e grave. Diante da seriedade do quadro, a correlação com a Polimialgia Reumática foi de suma importância para o manejo simultâneo entre oftalmologia e reumatologia que, em conjunto, proporcionaram, além da confirmação diagnóstica, uma terapêutica precoce, evoluindo para um melhor desfecho visual em sua fase sequelar.