Título

BAIXA ACUIDADE VISUAL SUBITA DEVIDO PROGRESSAO DE ECTASIA CORNEANA EM PACIENTE COM 71 ANOS DE IDADE -UM RELATO DE CASO.

Objetivo

Relatar caso de progressão de ectasia corneana súbita em paciente de 71 anos.

Relato do Caso

Paciente feminino 69 anos veio em serviço oftalmológico referindo baixa acuidade visual para longe. Histórico oftalmológico de uso de óculos e nega doenças pregressas. Ao exame apresentou melhor acuidade visual de 20/50 em ambos os olhos e demais exames sem alterações. Em ceratoscopia pré operatória ceratocone incipiente. Realizada cirurgia de facoemulsificação sem intercorrências e optado pelo implante de lente intraocular trifocal AO em MAR 2021. Retorno em JUL 2023 sem queixas e AV de 20/25 J1 AO (OD +0,25 -0,50 x 80° / OE plano -0,50 x 65°). A mesma retornou ao serviço em SET 2023 com queixa de BAV OE há 1 semana, nega qualquer intercorrência. Ao exame apresentava melhor AV de 20/20 em OD (plano -0,50 x 80°) e 20/80 em OE (-0,50 -2,50 x 60°). Biomicroscopia e mapeamento de retina dentro dos limites da normalidade. Solicitado ceratoscopia e tomografia corneana evidenciando ectasia corneana OE. Indicado cirurgia anel intracorneano OE. Paciente retorna em MAI 2024 com melhor AV de 20/150 OE (plano -1,00 x 75°). Cirurgia de anel intracorneano realizada em SET 2024. Em retorno JAN 2025 apresentou melhor AV 20/30 OE (plano -1,25 x 135°).

Conclusão

Ceratocone é uma doença caracterizada por fraqueza biomecânica local, levando ao afinamento e inclinação progressiva da córnea, resultando em aumento do astigmatismo irregular e deficiência visual. Surge na puberdade, sendo mais agressivo em jovens, mas tende a se estabilizar com a idade. A paciente apresentava ceratocone incipiente, sem progressão, e foi submetida à facoemulsificação com implante de LIO trifocal devido à demanda e área pupilar com discreto astigmatismo regular. Após 2 anos, desenvolveu BAV súbita com progressão da ectasia corneana, sem fatores de risco conhecidos (esfregar os olhos, lentes de contato, hipotireoidismo, gravidez ou moduladores hormonais). Pacientes estáveis na sexta década raramente apresentam progressão, mas o risco não é nulo, embora a prevalência diminua com a idade.