Título

PERFIL EPIDEMIOLOGICO DAS INTERNAÇOES HOSPITALARES POR GLAUCOMA NO BRASIL ENTRE 2014 E 2024

Objetivo

Analisar o perfil epidemiológico das internações hospitalares por glaucoma no Brasil, considerando variáveis de região geográfica, faixa etária e sexo, no período de 2014 a 2024.

Método

Estudo observacional retrospectivo com abordagem quantitativa, baseado em dados secundários extraídos do sistema DATASUS, referentes a internações hospitalares com diagnóstico de glaucoma registradas no Sistema Único de Saúde (SUS). Foram analisadas três variáveis principais: região (Norte, Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste), faixa etária e sexo. Foram aplicadas estatísticas descritivas, regressão linear simples para identificar tendências temporais e o teste do qui-quadrado de aderência para verificar diferenças entre os grupos.

Resultado

Foram identificadas 66.632 internações hospitalares por glaucoma no período de 2014 a 2024. A maior concentração ocorreu na região Sudeste (47,2%), seguida pelas regiões Sul (18,0%) e Nordeste (22,2%). As regiões Centro-Oeste (8,8%) e Norte (2,2%) apresentaram os menores volumes, apontando desigualdades regionais no acesso ao cuidado hospitalar oftalmológico. Em relação à idade, 67,3% das internações ocorreram em pacientes com 60 anos ou mais, com picos nas faixas de 60-69 anos (29,0%) e 70-79 anos (23,7%). Houve discreto predomínio do sexo masculino (50,9%). A análise temporal demonstrou tendência de crescimento progressivo nas internações em todos os grupos, com maior coeficiente de aumento entre os homens (+308,6 internações/ano; R² = 0,87). O teste do qui-quadrado apontou diferenças estatisticamente significativas entre regiões, faixas etárias e sexo (p < 0,001).

Conclusão

As internações hospitalares por glaucoma no Brasil, de 2014 a 2024, ocorreram predominantemente em pacientes idosos, do sexo masculino, residentes nas regiões Sudeste e Sul. A desigualdade regional, com menores índices no Norte e Centro-Oeste, revela disparidades no acesso a cuidados hospitalares oftalmológicos e reforça a necessidade de estratégias mais equitativas.