Código
RC268
Área Técnica
Trauma/Urgências
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Santa Casa de Campo Grande
Autores
- MARCOS TUMITAN ZORZAN (Interesse Comercial: NÃO)
- HENRIQUE RAHAL CHRISOSTOMO (Interesse Comercial: NÃO)
- JONATAS MATHEUS LEAL PIRES (Interesse Comercial: NÃO)
Título
TRAUMA OCULAR PENETRANTE COM CORPO ESTRANHO INTRAOCULAR: RELATO DE CASO
Objetivo
Relatar um caso de perfuração córneo-escleral com corpo estranho intraocular secundário a trauma ocupacional, com destaque para a importância da conduta clínica e cirúrgica precoce e uma boa evolução pós-operatória.
Relato do Caso
Homem, 31 anos, admitido no pronto socorro de oftalmologia da Santa Casa de Campo Grande (MS) em agosto de 2024, com história de acidente de trabalho há 3 dias, quando um fragmento de aço atingiu seu olho direito (OD). Evoluiu com quadro de hiperemia conjuntival (HC), dor ocular e sensação de corpo estranho (CE). Ao exame oftalmológico do OD, apresentava acuidade visual (ACV) sem correção de 20/25, Biomicroscopia (BIO) com perfuração córneo-escleral e herniação da íris tamponando o local, câmara anterior rasa e pupila discórica, sem hifema ou Seidel. Realizada tomografia de órbitas que revelou CE intraocular hiperdenso de 10 mm. Decidida por abordagem cirúrgica de urgência, submetido a FACO sem LIO + Vitrectomia + óleo de silicone (devido atividade bacteriostática) e reconstrução da câmara anterior, sem intercorrências. No 1º dia de pós-operatório (PO): BIO de OD com HC 2/4+, córnea com edema 1+ e pupila corectópica, sem sinais infecciosos, prescrito alta com colírios de moxifloxacino e dexametasona. No 14º dia de PO, retorna sem queixas, OD com ACV de conta dedos a 2 metros, BIO com olho calmo, córnea íntegra e transparente, íris atrófica, câmara anterior ampla, afácico e tonometria de 10 mmHg. Após 2 meses, ainda afácico e com óleo de silicone, evoluiu com ACV de OD corrigida de 20/40 (+12,00 -5,50 15°), sendo indicada nova cirurgia para vitrectomia, remoção do OS e implante de LIO.
Conclusão
O trauma ocular perfurante exige diagnóstico e abordagem precoce, alinhada a conduta cirúrgica eficaz, para preservar a integridade ocular e a ACV. No caso descrito, em que o paciente chegou com boa visão, e evoluiu com desfecho visual satisfatório, demonstra que uma abordagem bem feita, pode mudar prognóstico. O caso ainda reforça a importância da prevenção de acidentes ocupacionais e do uso de equipamentos de proteção individuais.