Código
RC024
Área Técnica
Córnea
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Hospital Angelina Caron
Autores
- ELOISE MARIANI SALAMAIA (Interesse Comercial: NÃO)
- BRUNA DOS SANTOS DE CARVALHO (Interesse Comercial: NÃO)
- GUILHERME MÜLLER SANT'ANA (Interesse Comercial: NÃO)
Título
DESCEMETOPEXIA COM "SUTURA EM GAIOLA" (POLIPROPILENO 10-0) NO TRATAMENTO DA HIDROPSIA CORNEANA NA SINDROME DE COHEN
Objetivo
Relatar um caso raro de hidropsia corneana total aguda e refratária em paciente com Síndrome de Cohen, destacando os achados corneanos e a abordagem cirúrgica empregada, considerando o contexto psicossocial singular da paciente.
Relato do Caso
Paciente do sexo feminino, 17 anos, não verbal, portadora da Síndrome de Cohen, uma doença genética rara com prevalência estimada em menos de 1:1.000.000, e com histórico de atopia ocular, foi encaminhada ao serviço de oftalmologia devido a dor e alteração corneana no olho esquerdo, ocorridas duas semanas após um trauma contuso ocular de baixa energia. O exame oftalmológico, realizado sob sedação em centro cirúrgico devido à falta de colaboração da paciente, revelou hidropsia corneana total (limbo a limbo), fechamento palpebral incompleto, globo ocular globoso e desprendimento da Membrana de Descemet (MD) na câmara anterior. Optou-se pela realização de descemetopexia com polipropileno 10-0 (sutura em gaiola) como alternativa de baixa manutenção, considerando o contexto psicossocial da paciente e o objetivo de evitar complicações decorrentes da exposição corneana. O tratamento pós-operatório incluiu colírio hipertônico (NaCl 5%), brimonidina 0,2%, timolol 0,5%, ciprofloxacino 0,3% e dexametasona 0,1%. Após uma semana, observou-se melhora da sintomatologia e regressão significativa do edema. Dois meses após a cirurgia, a paciente apresentava transparência na região paracentral, com edema residual na área de rotura da MD, sendo realizada a remoção dos pontos.
Conclusão
A hidropsia corneana é uma complicação extremamente rara na Síndrome de Cohen, com poucos casos descritos na literatura. Até o momento, não há relatos do uso da descemetopexia com polipropileno 10-0 em “sutura em gaiola” para essa condição. Os achados deste caso sugerem que essa abordagem pode ser uma opção viável e de baixa manutenção no pós-operatório, especialmente em pacientes cujo contexto psicossocial influencia a escolha terapêutica.