Título

SINDROME ICE - VARIANTE COGAN-REESE - MANEJO COM CICLOFOTOCOAGULAÇAO NA TECNICA SLOW COAGULATION

Objetivo

Demonstrar a eficácia e segurança da ciclofotocoagulação slow coagulation no controle do glaucoma secundário à Síndrome ICE variante Cogan-Reese, oferecendo uma alternativa terapêutica ao manejo cirúrgico convencional, principalmente em casos de resposta clínica difícil.

Relato do Caso

Paciente feminina, 35 anos, encaminhada por glaucoma de difícil controle em olho direito (OD), em uso de Triplenex (1 gota 12/12h), Ocupress (1 gota 12/12h) e Diamox (1 comprimido 6/6h). Sem comorbidades ou histórico familiar. No exame, acuidade visual de 20/25 em OD e 20/20 em olho esquerdo (OE); pressão intraocular (PIO) de 36 mmHg em OD e 12 mmHg em OE. A biomicroscopia evidenciou córnea clara, corectopia, atrofia iriana, nódulos e sinequias periféricas em OD; a fundoscopia mostrou nervo óptico com razão escavação/disco de 0.9x0.9 em OD e 0.2x0.2 em OE. Gonioscopia revelou ângulo fechado com sinequias em tenda em OD e ângulo aberto em OE. A tomografia de coerência óptica (OCT) evidenciou expressiva redução da camada de fibras nervosas em OD, e a campimetria mostrou sensibilidade global reduzida (MD -7.81) em OD, com MD normal em OE (+3.08). A paquimetria mediu 526µm em OD e 537µm em OE. A microscopia especular constatou diminuição importante da contagem celular em OD, confirmando o diagnóstico de Glaucoma secundário à Síndrome ICE variante Cogan-Reese. Inicialmente, foi realizada ciclofotocoagulação micropulsada (MP3) com 2.000mW por 360s, reduzindo a PIO para 25 mmHg e suspendendo o Diamox. Quatro meses depois, uma segunda sessão com a técnica slow coagulation (1.400mW) resultou em PIO de 15 mmHg, com follow up de 12 meses e campos visuais estáveis.

Conclusão

O tratamento com ciclofotocoagulação slow coagulation se mostrou eficaz na redução e estabilização da PIO, proporcionando melhora clínica significativa e manutenção dos campos visuais, configurando-se como uma opção viável para o manejo do glaucoma secundário à Síndrome ICE variante Cogan-Reese.