Código
RC028
Área Técnica
Córnea
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Hospital Federal da Lagoa
Autores
- THIAGO AFONSO SOUZA GUIMARAES (Interesse Comercial: NÃO)
- MATEUS DE SOUZA SCHERRER (Interesse Comercial: NÃO)
- MARIANA PRATES CAMILO (Interesse Comercial: NÃO)
Título
DIAGNOSTICO TARDIO DE DISTROFIA LATTICE EM UM PACIENTE IDOSO.
Objetivo
As distrofias da córnea são um grupo de doenças genéticas, geralmente progressivas, bilaterais, de caráter não inflamatório, onde material opaco se acumula em algumas das camadas da córnea. Reduzindo sua transparência e, deste modo, podendo prejudicar a visão. A maior parte possui início precoce, geralmente na infância com evolução lenta. Sendo comum, familiares possuírem o mesmo problema, pois a maior parte dessas doenças apresenta herança autossômica dominante (necessário apenas um gene para causar a doença). Alguns portadores podem ser assintomáticos, enquanto outros podem apresentar importante comprometimento da visão em decorrência da opacificação da córnea. Dependendo da localização as distrofias podem evoluir com erosões corneanas, causando alguns sintomas. Como dor nos olhos, desde um leve desconforto a quadros de dor intensa, fotofobia e sensação de corpo estranho.
Relato do Caso
Paciente masculino, 73 anos, em acompanhamento no ambulatório de glaucoma do Hospital Federal da Lagoa (RJ) desde 2015. Apresentava acuidade visual corrigida de 20/20 em ambos olhos até a consulta de acompanhamento realizada em 2023, sendo que nas avaliações seguintes evoluiu com diminuição progressiva da acuidade visual decorrente de catarata em ambos os olhos, com visão corrigida de 20/40 em ambos os olhos em marco de 2025. Córnea apresentava linhas groseiras, não numerosa, com distribuição radial a partir da periferia corneana. Compatível com lattice tipo III.
Conclusão
A distrofia Lattice é a mais comum das distrofias estromais da córnea. Dividindo-se em subtipo I, II e III. Pode causar diminuição progressiva da acuidade visual, com quadros de erosões frequentes até a quarta década de vida, quando reduzem em frequência devido à substituição por fibrose. No caso apresentado, durante o acompanhamento o paciente não relatou queixas oculares. Como lacrimejamento, sensação de corpo estranho, dor ou visão embaçada. Demostrando que a presença de uma distrofia corneana pode ser um achado incidental em alguns pacientes, durante um exame oftalmológico de rotina.