Código
RC123
Área Técnica
Oculoplástica
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF)
Autores
- MARCELA NOGUEIRA PESTANA GODOY (Interesse Comercial: NÃO)
- STEFÂNIA BARBOSA DINIZ (Interesse Comercial: NÃO)
- KALYNE NAVES GUIMARÃES BORGES (Interesse Comercial: NÃO)
Título
GRANULOMA DE COLESTEROL ORBITARIO: RELATO DE CASO
Objetivo
Relatar um caso clínico de granuloma de colesterol orbitário em paciente atendido no Hospital de Base do Distrito Federal.
Relato do Caso
Paciente do sexo masculino, 50 anos, com turvação visual e distopia inferior do globo ocular esquerdo há 1 ano, sem história de trauma, cirurgia ou infecção. Ao exame, apresentava edema superolateral e distopia inferior do globo ocular (fig 1a), além de pressão intraocular de 28 mmHg em OE. Tomografia computadorizada (fig 2a) e ressonância magnética (fig 2b) revelaram lesão cística expansiva no seio frontal esquerdo, com compressão orbitária. Foi realizada orbitotomia via sulco palpebral superior, com marginotomia da parede superolateral da órbita e ressecção completa da lesão encapsulada. Histopatológico confirmou granuloma de colesterol. Evolução pós-operatória favorável (fig 1b), com normalização da pressão intraocular e ausência de recidiva após 1 ano.
Conclusão
Granulomas de colesterol são lesões orbitárias raras, geralmente associadas ao seio frontal. Apresentam crescimento lento e podem causar proptose, distopia e aumento da pressão intraocular por efeito de massa. Caracteriza-se por cristais de colesterol cercados por uma reação inflamatória granulomatosa crônica. A patogênese ainda não é completamente elucidada, mas acredita-se que esteja relacionada à obstrução de vias de drenagem e hemorragias repetidas com subsequente degradação de hemácias. No caso apresentado, a ausência de história de trauma, cirurgia ou infecção prévia, associada à evolução lenta e compressiva da lesão, levantou a hipótese de uma patologia expansiva benigna. A TC e RM auxiliam na identificação, mas o diagnóstico definitivo é histopatológico. O tratamento cirúrgico completo é curativo e, quando bem planejado, oferece excelentes resultados funcionais e estéticos. O caso reforça a importância de se considerar essa entidade no diagnóstico diferencial de massas orbitárias.