Código
RC237
Área Técnica
Retina
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Hospital de Olhos Santa Luzia
Autores
- ANNA CAROLINE DOMINGOS LIMA (Interesse Comercial: NÃO)
- GABRELA CANEDO CAMPOS VALENÇA (Interesse Comercial: NÃO)
- FABIANA FONTE GONÇALVES ANTUNES (Interesse Comercial: NÃO)
Título
OCLUSAO DE VEIA CENTRAL DA RETINA COMO MANIFESTAÇAO INICIAL DE LEUCEMIA MIELOIDE AGUDA : RELATO DE CASO
Objetivo
Descrever o caso de uma paciente jovem com oclusão vascular retiniana bilateral, diagnosticada com leucemia mieloide aguda (LMA) durante a investigação.
Relato do Caso
Paciente de 22 anos, sexo feminino, atendida na urgência com queixa de baixa acuidade visual (BAV) há 1 dia. Ao exame, apresentava acuidade visual (AV) de conta dedos (CD) no olho direito (OD) e 20/20 parcial no olho esquerdo (OE), com sinais típicos de oclusão de veia central da retina (OVCR) no OD. Exames complementares e investigação clínica foram solicitados. Após 2 dias, a paciente retornou com queixa de BAV no OE, com AV de movimento de mãos (MM) no OD e CD no OE (FIGURA 1). Fundoscopia com sinais de OVCR no OE e manutenção dos achados no OD, sendo encaminhada para internação. O diagnóstico de LMA foi confirmado, e o tratamento com quimioterapia (QT) foi iniciado. A paciente manteve BAV em ambos os olhos, com evolução para hemorragia vítrea (HV) bilateral (Figura 1). Foi então indicada vitrectomia via pars plana (VVPP) com facoemulsificação e implante de lente intraocular (LIO) no OD. A paciente evoluiu com melhora discreta da AV (CD no OD), com achados fundoscópicos de OVCR isquêmica, incluindo disco óptico hipocorado, vasos em fio de prata e atrofia retiniana na região macular ( FIGURA 2). No OE, houve pouca melhora da AV, com reabsorção parcial da HV, sendo submetida a VVPP após a última sessão de QT. Após a cirurgia, a AV no OE foi 20/60, com edema macular leve. Foi iniciado tratamento com injeções intra-vítreas de Aflibercepte, resultando em AV de 20/40 no OE ( FIGURA 3). Durante a evolução, a paciente apresentou nova HV no OD, sendo indicada nova VVPP. Contudo, a paciente optou por não realizar o procedimento devido ao prognóstico visual reservado.
Conclusão
Este caso evidencia a relação entre LMA e complicações oftálmicas, como oclusão de veia central e hemorragias vítreas. O manejo oftalmológico contínuo, aliado ao tratamento sistêmico, foi essencial para a preservação visual.