Código
RC162
Área Técnica
Patologia Externa
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Complexo Hospitalar Padre Bento de Guarulhos
Autores
- DENNIS OTTO GARCIA KOMATSU (Interesse Comercial: NÃO)
- JEAN SOUSA CAVALCANTE (Interesse Comercial: NÃO)
- MARIO HENRIQUE CAMARGOS DE LIMA (Interesse Comercial: NÃO)
Título
HERPES ZOSTER OFTALMICO EM PACIENTE PEDIATRICO: RELATO DE CASO
Objetivo
Relatar um caso de Herpes Zóster Oftálmico (HZO) em paciente pediátrico previamente hígido, destacando o manejo clínico e a evolução, dada a raridade da condição nessa faixa etária.
Relato do Caso
Paciente masculino, 12 anos, sem comorbidades, vacinação completa e sem história prévia de varicela, foi encaminhado da dermatologia para avaliação oftalmológica por cefaleia há 5 dias, seguida de vesículas em fronte esquerda e dor periorbitária com irritação ocular (válido ressaltar: sinal de Hutchinson negativo). Foi diagnosticado com HZO à esquerda, iniciou-se Aciclovir VO (4g/dia), Colírio Lubrificante e após 24 horas Prednisona VO (20mg/dia),além de retorno em 48 horas. Após 2 dias, retorna com exacerbação do quadro (Figura 1). Indicado internação hospitalar com administração de Aciclovir EV (10 mg/kg, de 8/8h e por 7 dias) e Metilprednisolona EV (500 mg de 12/12h). TC de crânio descartou celulite pós-septal, mas devido à suspeita de infecção bacteriana secundária foi iniciado Ceftriaxona e Vancomicina EV. Observou-se melhora progressiva das lesões bolhosas e da dor. As lesões evoluíram para fase crostosa (Figura 2) e foi iniciada Gabapentina 300 mg 8/8h para neuralgia associada. Em seguimento ambulatorial, apresentou melhora clínica com dor leve residual em região frontal e prurido ocular esporádico, mantendo uso noturno de Gabapentina e aguardando seguimento em neurologia e dermatologia (Figura 3).
Conclusão
Apesar de raro na população pediátrica, o HZO deve ser considerado diante de manifestações cutâneas compatíveis em território do nervo trigêmeo. O diagnóstico e o tratamento antiviral precoce são fundamentais para evitar complicações oftalmológicas e neurológicas. O seguimento clínico prolongado e multidisciplinar pode ser necessário, mesmo em pacientes imunocompetentes.