Código
RC152
Área Técnica
Órbita
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Instituto de Olhos de Goiânia
- Secundaria: Instituto Panamericano da Visão/CEROF-HC-UFG
Autores
- AMANDA FLEURY DA ROCHA FERREIRA PIRES (Interesse Comercial: NÃO)
- RENATO TEIXEIRA FERREIRA PIRES FILHO (Interesse Comercial: NÃO)
- LUCIANO DE SOUSA PEREIRA (Interesse Comercial: NÃO)
Título
Corpo Estranho Alojado no Espaço Intraconal da Órbita: Relato de Caso
Objetivo
Relatar caso de paciente com corpo estranho intraorbitário após traumatismo cranioencefálico (TCE).
Relato do Caso
Paciente de 55 anos, masculino, agricultor, procedente de Vila Rosa, Mato Grosso do Sul com história de TCE acometendo órbita esquerda por queda de cavalo. Observou presença de fragmento de madeira alojado no quadrante superior medial da órbita esquerda. Procurou assistência em serviço de emergência, onde foi retirado o corpo estranho mediante tração do fragmento exposto. Após cerca de 3 dias, iniciou quadro de edema progressivo dos tecidos adjacentes ao orifício de entrada e drenagem de secreção purulenta. Tomografia de órbitas evidenciou corpo estranho alojado no espaço intraconal, adjacente ao ventre do músculo reto medial. O fragmento orbitário remanescente foi retirado cirurgicamente; o acesso ao espaço intraconal medial foi obtido pela desinserção do músculo reto medial e a retirada de dois fragmentos de madeira foi realizada mediante dissecção romba.
Conclusão
Traumatismos orbitários são frequentes em emergências oftalmológicas e podem resultar na presença de corpos estranhos intraorbitais. Esses corpos estranhos podem ser sintéticos (metálicos ou não) ou orgânicos, e seu manejo adequado pode prevenir complicações graves. Entre os orgânicos, fragmentos de madeira são particularmente desafiadores, pois podem apresentar baixa visibilidade em exames de imagem e sua alta porosidade favorece o crescimento microbiano e o risco de infecção orbitária. O tratamento requer um planejamento cirúrgico adequado e uma abordagem eficiente, buscando preservar as estruturas adjacentes e evitar a retenção de fragmentos que possam perpetuar o processo inflamatório / infeccioso. Em casos mais complexos, pode ser necessária a atuação de equipe multidisciplinar para minimizar danos orbitais e neurológicos.