Código
RC003
Área Técnica
Catarata
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: FMJ
Autores
- FILIPE NOGUEIRA SILVA FERRAZ (Interesse Comercial: NÃO)
- Amanda Ayoagi (Interesse Comercial: NÃO)
- Guilherme Ramos Pinto (Interesse Comercial: NÃO)
Título
CATARATA EM ARVORE DE NATAL - CHRISTMAS TREE CATARACT
Objetivo
A catarata em árvore de Natal é uma opacidade cristaliniana rara, caracterizada por depósitos intracristalinianos em forma de agulha que refletem luz policromática, criando um padrão semelhante às luzes de uma árvore de Natal. Está fortemente associada à Distrofia Miotônica tipo 1 (50-90% dos casos), mas também pode ocorrer em pacientes acima de 50 anos com doenças metabólicas, dislipidemia e mutações genéticas ligadas à biossíntese do colesterol. Seu mecanismo fisiopatológico ainda não é totalmente compreendido, mas parece envolver acúmulo anormal de cistina e colesterol com desorganização das proteínas do cristalino. Pau e Forster (1982) associaram essa catarata a depósitos cristalinianos de colesterol, enquanto Shun-shin (1993) sugeriu que a quebra anormal de cristais de cistina estaria relacionada à idade e níveis elevados de cálcio. Os sintomas incluem visão inicialmente assintomática, evoluindo para baixa acuidade visual. Halos coloridos são raros. O diagnóstico é clínico, feito por biomicroscopia na lâmpada de fenda, e o tratamento depende da acuidade visual do paciente.
Relato do Caso
Paciente sexo masculino de 67 anos com catarata em árvore de Natal sem sinais de distrofia miotônica tipo 1. Ele apresentou baixa acuidade visual progressiva, com AV melhor corrigida de 20/50 em OD e 20/30 em OE. Na biomicroscopia, foram identificadas cataratas corticonucleares em ambos os olhos e cristais intracristalinianos policromáticos predominantes em verde e vermelho. O exame de fundo de olho estava dentro da normalidade.
Conclusão
Embora sua etiologia ainda não seja totalmente esclarecida, a catarata em árvore de Natal pode ocorrer esporadicamente em idosos sem doenças sistêmicas. Os cristais intracristalinianos atuam como pequenos prismas, dispersando a luz branca em várias cores, fenômeno difícil de registrar com câmeras não especializadas.