Código
P056
Área Técnica
Oftalmopediatria
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Universidade Positivo
Autores
- NATHALIE DA SILVA CAMARGO (Interesse Comercial: NÃO)
- MARIA EDUARDA SOARES BIZINELLI (Interesse Comercial: NÃO)
Título
SEGURANÇA E EFICÁCIA DOS ANTI-VEGF NA RETINOPATIA DA PREMATURIDADE: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA
Objetivo
Analisar a segurança sistêmica do uso de terapias anti-VEGF (bevacizumabe, ranibizumabe e aflibercepte) no tratamento da retinopatia da prematuridade (ROP) em recém-nascidos prematuros, com foco em potenciais efeitos adversos em órgãos e sistemas em desenvolvimento.
Método
Revisão sistemática conduzida com base em estudos indexados na base PubMed. Foram incluídos ensaios clínicos e estudos observacionais com avaliação de desfechos sistêmicos, como função pulmonar, neurodesenvolvimento, crescimento, complicações clínicas e exposição plasmática. Estudos experimentais, relatos de caso e revisões narrativas foram excluídos. Os dados foram organizados em síntese narrativa.
Resultado
Dos 28 estudos identificados, 9 atenderam aos critérios de inclusão, consistindo em ensaios clínicos e estudos observacionais. A avaliação da função pulmonar em crianças tratadas com bevacizumabe demonstrou espirometrias normais e ausência de aumento nas hospitalizações respiratórias. O neurodesenvolvimento, analisado com escalas padronizadas, também não apresentou comprometimentos relevantes, sugerindo que o uso de anti-VEGF não interferiu na cognição, motricidade ou comportamento infantil. Em relação à toxicidade sistêmica, não houve aumento significativo de eventos clínicos graves nos grupos que receberam anti-VEGF em comparação à fotocoagulação a laser. Um estudo detectou aflibercepte no plasma por semanas, porém em concentrações baixas e sem associação com efeitos adversos. Apesar das diferenças na meia-vida sistêmica entre os agentes, o perfil de segurança foi semelhante, e a escolha do fármaco pareceu depender de aspectos institucionais. As limitações metodológicas incluem amostras pequenas, seguimento restrito e ausência de estudos multicêntricos.
Conclusão
As evidências atuais indicam que os agentes anti-VEGF apresentam um perfil de segurança sistêmica favorável em prematuros com ROP. Entretanto, estudos com maior poder amostral e acompanhamento prolongado ainda são necessários para confirmar esses achados em longo prazo.