Título

AVALIAÇAO CLINICA E CORRELAÇAO DE FEBRE REUMATICA E PENICILINA NA ATROFIA MACULAR EXTENSA COM PSEUDODRUSAS (EMAP) NO SUS

Objetivo

EMAP é uma entidade clínica rara que representa uma forma de atrofia macular que se caracteriza por afetar indivíduos entre 40 e 50 anos, evoluindo com comprometimento macular no eixo vertical maior que o horizontal, associação com pseudodrusas e, eventualmente, com pavingstones. A fisiopatologia e eventuais fatores de risco da EMAP ainda não estão estabelecidos, mas, apesar disto, há trabalhos que correlacionam esta patologia com história de febre reumática (FR) e/ou uso de penicilina benzatina (PB). O objetivo desta série de casos é analisar, por estudo retrospectivo, as características clínicas como idade, sexo, acuidade visual de pacientes com EMAP em um serviço SUS. Além disto, avaliar, nestes pacientes, história de FR e/ou uso de PB.

Relato do Caso

Nesta série de casos foram estudados 7 pacientes com diagnóstico de EMAP entre março/24 e fevereiro/25. Dentre os casos analisados, 6 (85,7%) são do sexo feminino e 1 (14,3%) do sexo masculino, apresentando média de idade de 55,4 anos. Observou-se que 7 (100%) pacientes apresentaram história de febre reumática, sendo que apenas 1 (14,3%) paciente apresentou doença valvar associada. Além disso, 7 (100%) pacientes fizeram uso prolongado de PB, apresentando média de tempo de uso de 10,8 anos. A acuidade visual variou de 20/800 a 20/40 nos pacientes acometidos e 4 (57,1%) pacientes apresentaram degeneração em pavingstones associada.

Conclusão

A EMAP é uma patologia desafiadora que afeta adultos em idade produtiva, levando à rápida perda da visão central. Compreender sua fisiopatologia é essencial para o tratamento adequado. Um estudo com pacientes do SUS encontrou alta correlação entre fatores de risco (FR) e uso prolongado de medicamentos, semelhante a observações anteriores. Muitos casos de EMAP ainda são diagnosticados erroneamente como degeneração macular relacionada à idade. É crucial ampliar o conhecimento sobre essa condição. O estudo não estabelece causalidade entre FR e EMAP, mas reforça a necessidade de entender melhor essa correlação.