Código
RC159
Área Técnica
Órbita
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Universidade Federal Fluminense (UFF)
Autores
- FELIPE VAZ DE PAULA (Interesse Comercial: NÃO)
- ANA LUIZA MANSUR SOUTO (Interesse Comercial: NÃO)
- ÉRIKA Felipe DEMORI (Interesse Comercial: NÃO)
Título
TUMOR FIBROSO SOLITARIO ORBITARIO
Objetivo
O tumor fibroso solitário é uma lesão orbital rara e engloba um espectro de tumores muito semelhantes. Estão incluídos o hemangiopericitoma, angiofibroma e o histiocitoma fibroso. Este é um relato de caso de um tumor fibroso solitário, que objetiva a importância dos diagnósticos diferenciais de tumor orbitário e suas características.
Relato do Caso
Paciente masculino, 63 anos, queixando-se de proptose há 3 anos, associada a dor e baixa acuidade visual há 3 meses. Ao exame, apresentava proptose em OE, acuidade visual com correção 20/30 em OD e movimento de mãos em OE. Restrição de todos movimentos oculares em OE, exceto abdução. À biomicroscopia de OE: fechamento palpebral incompleto, hiperemia em conjuntiva bulbar inferior, ceratite inferior, reflexo fotomotor preservado. A tomografia revelou estrutura ovalada, contornos regulares, medindo 3 x 4 cm, na órbita provocando deslocamento do globo ocular. Foi realizada exérese total da lesão, através de orbitotomia medial transconjuntival associada a lid split em pálpebra superior. A lesão mostrava-se cruenta e de coloração pardo-rosada. O anátomo-patológico evidenciou neoplasia fusocelular entremeada por tecido conjuntivo denso e numerosos vasos delgados. A imunohistoquímica positivou para CD34 . Após 2 meses, a acuidade visual OE é de conta dedos à 1 metro. Houve melhora da dor, da ceratite e proptose, porém o movimento ocular externo se manteve restrito.
Conclusão
O tumor fibroso solitário tem como sinal proptose progressiva unilateral, dor, redução da acuidade visual e restrição de movimentos oculares. O exame de imagem é uma ferramenta diagnóstica importante e a ressecção cirúrgica completa do tumor é o método de tratamento primário. O diagnóstico depende da coloração patológica e imuno histoquímica. O marcador de células hematopoiéticas primitivas e endoteliais, CD34, é positivo na maioria dos casos e revela grande importância para o diagnóstico. A transformação maligna pode ocorrer a partir de lesão benigna, portanto, o acompanhamento pós-operatório é essencial para pacientes confirmados.