Código
RC260
Área Técnica
Retina
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre
Autores
- JULIANA MENTGES FERNANDES LIMA (Interesse Comercial: NÃO)
- JULIA QUADRI BORTOLI (Interesse Comercial: NÃO)
- EDUARDA TANUS STEFANI (Interesse Comercial: NÃO)
Título
RELATO DE CASO: VITREORRETINOPATIA EXSUDATIVA FAMILIAR (FEVR)
Objetivo
Relatar um caso de vitreorretinopatia exsudativa familiar (FEVR) em uma paciente jovem com olho único devido a glaucoma neovascular.
Relato do Caso
Paciente do sexo feminino, 34 anos, com histórico de prematuridade ao nascer, em acompanhamento por FEVR e com olho único esquerdo (OE) devido a descolamento de retina (DR) e glaucoma neovascular há cinco anos. Ao exame, apresenta visão de não percepção luminosa em olho direito (OD), pressão intraocular (PIO) de 35 mmHg e, na biomicroscopia (BIO), edema corneano, seclusão pupilar, sinéquias posteriores 360°, rubeose de íris inferior, presença de pigmentos hemáticos na câmara anterior e hiperemia conjuntival. No OE, apresenta visão 20/30, PIO de 15 mmHg e BIO sem particularidades. Entretanto, na fundoscopia, evidenciam-se vasos tortuosos (Figura 1), bom padrão de laser na periferia temporal superior e inferior. A angiografia fluoresceínica prévia do OE mostra extravasamento de neovasos na retina temporal inferior (Figura 2), a tomografia de coerência óptica macular não revela edema macular.
Conclusão
A FEVR é uma doença caracterizada pelo desenvolvimento anormal da retina em crianças nascidas a termo. Apresenta acometimento bilateral e assimétrico, podendo ter herança autossômica dominante, traço recessivo ligado ao X ou ser esporádica. É uma causa significativa de DR em pacientes com menos de 30 anos. A fundoscopia pode revelar uma zona avascular na retina periférica e vasos retinianos retificados, formando anastomoses. Essas alterações podem evoluir com proliferação de exsudatos, hemorragias sub-retinianas, além de DR e glaucoma neovascular. Este relato de caso destaca a complexidade do acompanhamento da FEVR. Dessa forma, a pesquisa contínua sobre patologias vitreorretinianas é fundamental na prática clínica, visando oferecer intervenções mais eficazes e melhores resultados para pacientes com condições semelhantes.