Código
RC005
Área Técnica
Catarata
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Hospital Universitario Evangelico Mackenzie
Autores
- WASHIGTON LUIZ GOMES DE MEDEIROS JUNIOR (Interesse Comercial: NÃO)
- Rafaela Iria Kawagoe (Interesse Comercial: NÃO)
- Leon Grupenmacher (Interesse Comercial: NÃO)
Título
CELULITE ORBITÁRIA PÓS BLOQUEIO PERIBULBAR EM CIRURGIA DE CATARATA: UM RELATO DE CASO
Objetivo
Relatar um caso de celulite orbitária após anestesia peribulbar em cirurgia de catarata
Relato do Caso
Masculino, 76 anos, admitido em ambulatório oftalmológico por redução da acuidade visual. Foi diagnosticado com catarata nuclear bilateral, sendo indicada facoemulsificação com implante de lente intraocular. O procedimento no olho direito (OD) foi realizado sob bloqueio peribulbar, sem intercorrências. No primeiro dia de pós-operatório (PO), apresentou edema palpebral significativo, hiposfagma, desepitelização da incisão principal, ausência de Seidel espontâneo ou provocado, além de quemose e ceratite difusa. No terceiro dia, houve piora do quadro, com dor intensa, edema grave que impedia a abertura ocular e limitação dos movimentos oculares espontâneos. Não havia alterações intraoculares. A tomografia computadorizada de órbitas revelou aumento e densificação de partes moles na região periorbitária direita, com comprometimento da glândula lacrimal, sugerindo um processo inflamatório/infeccioso. Paciente foi internado e iniciou antibioticoterapia intravenosa com ceftriaxona e clindamicina por 14 dias, além de corticoterapia sistêmica e colírios antibióticos. A ultrassonografia descartou endoftalmite. Após 15 dias de acompanhamento, observou-se melhora da condição clínica, com recuperação da acuidade visual para 20/20. Contudo, no mesmo atendimento, paciente relatou diplopia e hemianopsia inferior em OD, constatada em exame de campimetria. Posteriormente, estes sintomas foram explicados pela possível compressão extrínseca achada na ressonância magnética
Conclusão
A celulite orbitária pós-cirúrgica é uma complicação rara, porém potencialmente grave. Embora a literatura sugira falhas na antissepsia ou alteração da flora conjuntival, o trauma cirúrgico associado à injeção anestésica seria a causa documentada mais provável. Este relato destaca uma manifestação atípica pós facoemulsificação e ressalta a importância do diagnóstico e manejo precoces para um melhor prognóstico visual.