Código
RC091
Área Técnica
Glaucoma
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Hospital Santa Luzia
Autores
- GIOVANNA SANTA BARBARA ALMEIDA DAYUBE (Interesse Comercial: NÃO)
- BEATRIZ BEZERRA RIBEIRO (Interesse Comercial: NÃO)
- MATHEUS LOIOLA ARAUJO MARTINS (Interesse Comercial: NÃO)
Título
SINDROME DE COGAN-REESE: IMPORTANCIA DO RECONHECIMENTO E MANEJO PRECOCE
Objetivo
Ressaltar a importância do oftalmologista reconhecer de forma precoce a Síndrome de Cogan-Reese, visando melhor prognóstico.
Relato do Caso
Paciente feminina 55 anos, compareceu à unidade para exame de curva tensional diária solicitada em serviço externo. Identificada Pressão Intraocular (PIO) em olho direito (OD) 13mmHg e olho esquerdo (OE) 33mmHg, sem uso de colírios hipotensores. Sem diagnóstico oftalmológico prévio, com relato de baixa acuidade visual (AV) em OE há 02 anos. AV em OD de 20/25 e OE<20/800. Biomicroscopia: OD sem alterações; OE: Hiperemia conjuntival moderada, córnea com aspecto de metal batido, câmara anterior formada com sinequia anterior às 09h, nódulos irianos e área de atrofia medial, reflexo fotomotor reduzido, fácica. Fundoscopia: OD sem alterações; OE: Nervo óptico pálido e escavação total. Gonioscopia: OE com ângulo aberto até trabeculado anterior em todos os quadrantes, com sinequia em tenda em ângulo medial. Como conduta foi iniciada terapia hipotensora tópica máxima e Acetozalamida 1g/dia via oral. Sem controle da PIO após uma semana, foi indicada a realização de cirurgia de implante de tubo de drenagem. Durante acompanhamento pós-operatório, paciente manteve visão<20/800 e bom controle da PIO apenas com uso do colírio de Brimonidina 0,2%.
Conclusão
A síndrome Cogan Reese é uma doença rara, progressiva e unilateral, mais comum em mulheres de meia idade. Seus principais achados são os nódulos irianos. Apresenta glaucoma progressivo e de difícil controle devido a proliferação do endotélio corneano sobre o seio camerular e posterior formação de goniosinéquias múltiplas. A microscopia especular revela pleomorfismo e polimegatismo endotelial. O tratamento inicial envolve redução da produção do humor aquoso com medicações tópicas, mas muitos pacientes requerem procedimentos cirúrgicos filtrantes devido à baixa resposta terapêutica. O reconhecimento da síndrome e o entendimento do seu prognóstico são fundamentais para o manejo adequado e precoce, antes que ocorra piora do dano glaucomatoso e descompensação corneana, como no caso relatado.