Código
RC062
Área Técnica
Estrabismo
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Hospital São Geraldo
- Secundaria: Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
Autores
- JULIANE COELHO RICCIARDI (Interesse Comercial: NÃO)
- Alanderson Passos Fernandes Castro (Interesse Comercial: NÃO)
- Giuliana Beatriz Bataglia Meyer (Interesse Comercial: NÃO)
Título
Correção de estrabismo vertical em paciente com ptose iatrogênica
Objetivo
Discutir a interdisciplinaridade da plástica ocular e estrabismo na abordagem das ptoses e desvios verticais.
Relato do Caso
Paciente masculino, 10 anos, com história de tumor palpebral à esquerda desde os 2 anos, fora submetido a ressecção cirúrgica e ampliação de margens há 5 anos, além de radioterapia adjuvante (25 sessões), com diagnóstico de carcinoma mucoepidermoide de glândula lacrimal (baixo grau). Avaliado pela plástica ocular devido a ptose total de OE e encaminhado para o setor de estrabismo. Ao exame apresentava AVcc de 20/20 em OD e 20/70 em OE, à biomicroscopia o OD era normal e OE cursava com ptose total, fundoscopia de ambos os olhos era normal. Ao teste ortóptico (Krimsky) percebeu-se XT de 5DP e HoT E de 25DP e XT’ de 7DP e HoT’ E de 25 DP, as versões do OD eram normais e do OE apresentavam restrições de RL (-3,5), RM (-2), e RS (-2). Possuía RNM de órbitas que evidenciava hipotrofia de músculo reto lateral esquerdo e desorganização estrutural em topografia de glândula lacrimal esquerda. A cirurgia foi realizada por via limbar, iniciando por exploração do RLE, que se encontrava a 6mm do limbo, com fibrose adjacente, porém músculo de aspecto saudável. Seguiu-se para o RSE, encontrado há 6 mm do limbo, figura 1, com bastante trave de fibrose adjacente (as quais foram liberadas), figura 2 e foi realizado a ressecção de 5mm com inserção do músculo a 7mm do limbo, figura 3. Seguiu-se revisão cirúrgica e fechamento conjuntival, para as suturas musculares utilizou-se vicryl 6-0 e para o fechamento conjuntival o 7-0. No primeiro dia pós-operatório (DPO) o paciente se encontrava bem, sem queixas, apresentava pequena abertura palpebral e com Hot E de 7DP e ET de 3DP, figura.
Conclusão
A cirurgia de estrabismo em desvios verticais deve ser pensada em conjunto com a anatomia palpebral, é sabido que ressecções e recuos dos retos verticais influenciam na abertura da fenda palpebral. Portanto, no caso relatado foi optado primeiro pela correção do estrabismo para posteriormente realizar a cirurgia da ptose, o que garantiria melhores resultados pós operatórios.