Código
RC243
Área Técnica
Retina
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Instituto Cearense de Oftalmologia
Autores
- CARLOS OTAVIO DE ARRUDA BEZERRA FILHO (Interesse Comercial: NÃO)
- Adriane Macêdo Feitosa (Interesse Comercial: NÃO)
- Andre Jucá Machado (Interesse Comercial: NÃO)
Título
REPERFUSAO VASCULAR RETINIANA APOS VITRECTOMIA EM OLHO COM ENDOFTALMITE DEVIDO A CORPO ESTRANHO INTRAOCULAR APOS TRAUMA.
Objetivo
Mostrar caso de reperfusão vascular retiniana em paciente que apresentou vasculite isquêmica após endoftalmite por corpo estranho intraocular (CEIO) em trauma penetrante.
Relato do Caso
Paciente, 30 anos, masculino, soldador, se apresentou com dor e turvação visual após trauma ocular penetrante em olho direito há 02 dias. Ao exame, Acuidade Visual de percepção luminosa e à biomicroscopia: conjuntiva hiperemiada, laceração corneana e catarata traumática. Em fundoscopia, importante turvação vítrea (imagem 1). Realizado B-scan que revelou um corpo estranho intraocular (CEIO) metálico em periferia nasal (imagem 2). De imediato, foi administrado antibiótico intravítreo e sutura corneana. Após 02 dias, foi realizada extração do cristalino. Em seguida, iniciou-se a vitrectomia posterior via pars plana (VVPP). Quando a retina foi finalmente visualizada, detectou-se uma vasculite extensa com isquemia (imagem 3), afetando a periferia e o polo posterior. Durante a vitrectomia, na periferia nasal, o CEIO foi encontrado e identificado como um objeto metálico coberto por biofilme bacteriano. Um ímã intraocular de 20-gauge foi então utilizado para removê-lo via córnea. Após a remoção, aplicou-se endolaser extenso antes e após a troca de fluido por ar e, ao final, a LIO foi implantada e o olho preenchido com óleo de silicone. A cultura do CEIO isolou Microbacterium paraoxydans. Doze dias após a cirurgia, a retina apresentou reperfusão vascular significativa, e um mês depois, o aspecto vascular estava ainda melhor (imagem 4).
Conclusão
Existem poucos relatos de caso publicados sobre isquemia retiniana devido a CEIO metálico, um deles associado à mesma bactéria. As principais hipóteses são que a isquemia foi causada pela infecção associada, já outros estudos trazem a siderose, mesmo com CEIO por curtos períodos, como fator contribuidor dessa vasculite. Portanto, o tratamento rápido com VVPP, remoção do CEIO e aplicação de endolaser, associados a antibióticos intravítreos, podem ser a chave para a revascularização retiniana e um melhor prognóstico nesses casos.