Código
RC265
Área Técnica
Trauma/Urgências
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Hospital Regional de São José
- Secundaria: Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL)
Autores
- MATHEUS YAN SOBRAL TEIXEIRA OLIVEIRA (Interesse Comercial: NÃO)
- CAROLINE MACHRY (Interesse Comercial: NÃO)
- VITOR MENNA BARRETO (Interesse Comercial: NÃO)
Título
DESINSERÇAO DE IRIS SECUNDARIA A TRAUMA CONTUSO: RELATO DE CASO
Objetivo
Relatar um caso de desinserção iriana secundária a trauma contuso, destacando a abordagem cirúrgica utilizada e os desfechos visuais obtidos.
Relato do Caso
Paciente do sexo masculino, 35 anos, sem comorbidades prévias, sofreu trauma contuso no olho direito após impacto de uma pedra. Relatava dor intensa, fotofobia e baixa acuidade visual. No exame inicial, apresentava acuidade visual de contagem de dedos a 1 metro no olho direito e 20/20 no olho esquerdo. A biomicroscopia evidenciou desinserção extensa da íris comprometendo o eixo pupilar, hifema parcial já em absorção e sinais leves de instabilidade zonular. A tonometria revelou pressão intraocular dentro da normalidade. O exame de fundo de olho estava prejudicado devido às alterações do segmento anterior, porém a ultrassonografia ocular não identificou descolamento de retina. Diante do quadro, foi indicada abordagem cirúrgica combinada, incluindo vitrectomia via pars plana, fixação da íris com sutura de polipropileno 10-0, facoemulsificação e implante de lente intraocular (LIO) no saco capsular. O procedimento transcorreu sem complicações. No pós-operatório, o paciente evoluiu com recuperação progressiva da acuidade visual, atingindo 20/20 após reabilitação visual. A pupila permaneceu centrada e funcional, sem queixas de fotofobia ou diplopia significativa.
Conclusão
O trauma contuso ocular pode causar lesões significativas na íris, impactando a qualidade visual do paciente. A desinserção iriana extensa, especialmente quando compromete o eixo pupilar, exige intervenção cirúrgica para restaurar a anatomia ocular e minimizar aberrações ópticas. A combinação de vitrectomia, fixação da íris e implante de LIO demonstrou-se eficaz na recuperação funcional, permitindo um bom prognóstico visual. O caso reforça a importância da abordagem multidisciplinar no manejo de traumas oculares complexos.