Código
RC137
Área Técnica
Oftalmopediatria
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Centro de oftalmologia - CEOF
Autores
- GIOVANNA MARIA TERTULIANO DOS SANTOS GARCIA DE ARAUJO (Interesse Comercial: NÃO)
- BÁRBARA STOFEL VENTURIN (Interesse Comercial: NÃO)
Título
SINDROME DE MOBIUS: RELATO DE CASO
Objetivo
Objetiva evidenciar o manejo clínico e cirúrgico de uma paciente pediátrica com Síndrome de Möbius, assim como o desfecho de tal caso.
Relato do Caso
Paciente feminina, 1 ano, trazida ao atendimento ambulatorial por genitores para avaliação de esotropia em olho esquerdo (OE), lacrimejamento em OE e pouca reação palpebral em OE (fechando-o normalmente ao dormir). Parentes relatam engasgos à alimentação. Gestação: sem intercorrências, nascimento a termo e uso de misoprostol ao início da gestação. Exame oftalmológico: fixa ambos os olhos, fixação cruzada, Krimsky com esotropia>50 dioptrias prismáticas, posição viciosa de cabeça girada para a direita, versões difíceis com limitação de abdução em ambos os olhos, paralisia facial do lado esquerdo e fácies sem expressão. Biomicroscopia: refração estática sob cicloplegia OD +6.50 esférico e OE +7.5 esférico. . Mapeamento de retina em ambos os olhos: sem alterações. Prescritos óculos e realizado retrocesso de reto medial de ambos os olhos de 6,0mm. Ao intraoperatório foi identificado músculos reto medial com alto grau de contratura. Paciente evoluiu ortotrópica, mantendo limitação do movimento de abdução.
Conclusão
Síndrome de Möbius é uma condição congênita rara caracterizada pela lesão do nervo facial e abducente com possível envolvimento de outros. Manifestações: paralisia facial, deficiência do movimento de abdução ocular e versões horizontais abnormais. Sua causa segue desconhecida, mas é possível destacar a relação do uso de misoprostol nos estágios iniciais da gestação com o mau desenvolvimento do tronco cerebral, podendo contribuir com a condição (taxa de 56,5% de relação do desenvolvimento de Síndrome de Möbius com uso de misoprostol no Brasil segundo séries de casos italianos). São necessários estudos maiores de forma que o oftalmologista esteja atento e seja capaz de suspeitar a condição frente a um paciente com achados sugestivos.