Código
RC272
Área Técnica
Uveites / AIDS
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Complexo Hospitalar Padre Bento de Guarulhos
Autores
- PAULO VICTOR SOUZA DOURADO (Interesse Comercial: NÃO)
- GIOVANNI COSTA (Interesse Comercial: NÃO)
Título
CORIORRETINOPATIA PLACOIDE POSTERIOR AGUDA BILATERAL E DIAGNOSTICO DE HIV
Objetivo
Alertar a importância de rastreio infecioso em quadros de uveítes e edema macular.
Relato do Caso
Paciente do sexo masculino, 53 anos, empresário, sem comorbidades conhecidas, com queixa de baixa acuidade visual progressiva bilateral há 4 meses associada a artralgia progressiva e perda ponderal de 10 kg nos últimos 3 meses. À ectoscopia apresentava eritema maculopapular difusamente. Acuidade visual com correção na admissão era 0,1 e 0,2. Ao exame oftalmológico de ambos os olhos apresentava pálpebras sem alterações, cílios tópicos, conjuntiva clara, córnea lisa, brilhante e transparente com precipitados ceráticos pinos em trígono de Arlt, câmara anterior formada e ampla, com reação de câmara anterior 3+, Flare 2+, íris trófica, pupila fotorreagente e cristalino transparente. Mapeamento de retina de ambos os olhos: Meios claros, disco óptico corado, bem delimitado com escavação 0,3 X 0,3, diminuição do brilho macular habitual com edema disciforme, vasos com proporção 2:3 preservada, retina aplicada nos 4 quadrantes. Foram solicitados exames laboratoriais de urgência incluindo teste rápido anti-HIV (reagente) e VDRL (reagente com titulação 1:512). OCT macular de admissão evidenciou espessamento e desorganização das camadas externas da retina. Realizada internação hospitalar para tratamento com Penicilina Cristalina 4.000.000 UI IV 4/4 horas por 14 dias, Acetato de Prednisolona 1% 3/3 horas e Tropicamida 1% 8/8 horas. Durante internação permaneceu em acompanhamento conjunto com a clínica médica e infectologia não sendo iniciados antirretrovirais para evitar síndrome de reconstituição imune. No seguimento por alta houve melhora significativa do quadro oftalmológico com acuidade visual com correção 0,8 em ambos os olhos e acompanhamento com infectologia para seguimento.
Conclusão
A sífilis é uma doença com aumento preocupante da incidência/prevalência no Brasil. É importante avaliar não somente o olho mas o paciente como um todo. Sintomas sistêmicos e alterações ectoscópicas porém ajudar no diagnóstico e tratamento precoce evitando a transmissão e sequelas visuais.