Código
RC259
Área Técnica
Retina
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre
Autores
- HELENA DAI PRA MAESTRI (Interesse Comercial: NÃO)
- LUISA Fossati Chisté FLORIAN (Interesse Comercial: NÃO)
- STEFANO Blessmann MILANO (Interesse Comercial: NÃO)
Título
USO DE TERAPIA DE LASER COM MICROPULSO AMARELO COMO TRATAMENTO PARA CORIORRETINOPATIA SEROSA CENTRAL
Objetivo
Relatar o caso de um paciente com coriorretinopatia serosa central crônica com boa resposta ao tratamento com laser de micropulso amarelo.
Relato do Caso
Paciente masculino, 41 anos, com diagnóstico prévio de coriorretinopatia serosa central (CSC) crônica em olho esquerdo (OE). Histórico de realizar laser de argônio OE e uso de espironolactona via oral para controle da doença. Procura atendimento oftalmológico em 2024, com queixa de baixa acuidade visual no olho direito (OD). Identificado CSC em atividade em OD, conforme imagem de tomografia de coerência óptica (OCT) realizada em 26/04/24 com fluido subrretiniano (FSR), e foco de vazamento extrafoveolar na angiografia com fluoresceína. Prescrito espironolactona 50mg 1 comprimido via oral de 12/12 horas por 14 dias. Retornou em 15/05/24, sem melhora do fluido. Indicado realização de laser de micropulso. Paciente retorna em 07/08/24, com novo OCT mostrando reabsorção completa do FSR e acuidade visual (AV) 20/20 em ambos os olhos.
Conclusão
A CSC é uma causa relevante de redução da AV em pacientes abaixo de 60 anos. Acredita-se que, devido ao aumento de cortisol e catecolaminas, ocorre aumento da pressão hidrostática na coroide, o que gera compressão da coriocapilar, lesão do epitélio pigmentar da retina (EPR) e perda da barreira hematorretiniana externa, permitindo a entrada de fluido da coriocapilar no espaço subretiniano. Os tratamentos mais usados são PDT com verteporfina, laser de micropulso sublimiar, antagonistas mineralocorticoides e medicamentos anti-fator de crescimento endotelial vascular. No CSC crônico, a PDT é o tratamento de primeira linha, que promove remodelamento da coroide e redução da permeabilidade vascular. Porém, possui alto custo e é de difícil acesso, não disponível na localidade do caso apresentado. O laser micropulso tem sido uma opção melhor ao laser de argônio, devido a uma maior recuperação da AV e ausência de escotoma paracentral no local da aplicação do laser. Dessa forma, o laser micropulso é uma alternativa eficaz, com menos dano retiniano e maior acessibilidade.