Título

Manifestações Oftalmológicas em Paciente com Neurocriptococose e HIV: Um Relato de Caso

Objetivo

Relatar um caso de um paciente com diagnóstico de neurocriptococose e HIV que apresentou manifestações oftalmológicas, incluindo diplopia, fotofobia e papiledema em resolução, destacando a importância do acompanhamento oftalmológico em pacientes imunossuprimidos com envolvimento do sistema nervoso central.

Relato do Caso

Masculino, 35 anos, previamente hígido, internado em janeiro de 2025 com quadro de cefaleia progressiva, hemiparesia, diminuição da acuidade visual e auditiva à direita, além de febre não aferida. Diagnosticado com HIV (CD4: 6) e tuberculose disseminada, o paciente evoluiu com neurocriptococose confirmada por exame do líquor (Crag positivo). Achados Oftalmológicos: - Sintomas: Diplopia e fotofobia há aproximadamente 3 meses. - Exame físico: Acuidade visual: Olho direito 20/25, olho esquerdo 20/30. Movimentação ocular: paralisia do nervo abducente à direita. Biomicroscopia (ambos os olhos): olho calmo, facico. Tonometria: 5 mmHg em ambos os olhos. Fundoscopia: retina aplicada, vasos normais e papiledema em resolução em ambos os olhos. Conduta: - Iniciado tratamento antirretroviral (TARV) e antifúngico (anfotericina B lipossomal, posteriormente transicionado para fluconazol via oral). - Acompanhamento oftalmológico contínuo para monitorar a resolução do papiledema e outras complicações neuro-oftalmológicas.

Conclusão

Este caso ilustra a complexidade do manejo de pacientes com HIV avançado e neurocriptococose, enfatizando a necessidade de avaliação oftalmológica integral em indivíduos com comprometimento do sistema nervoso central. As manifestações oftalmológicas, como papiledema e paralisia de nervos cranianos, podem ser indicativas de gravidade e requerem intervenção precoce. O acompanhamento multidisciplinar, incluindo infectologia e oftalmologia, é essencial para otimizar os desfechos clínicos e funcionais nessa população.