Código
P033
Área Técnica
Epidemiologia
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG)
Autores
- JULIANE TRAMONTIM (Interesse Comercial: NÃO)
- DEBORA MARIA SCUR SANTANA (Interesse Comercial: NÃO)
- JOÃO PEDRO GAMBETTA POLAY (Interesse Comercial: NÃO)
- RENATA NADAL BAYER (Interesse Comercial: NÃO)
Título
INTERNAÇOES POR CATARATA E OUTROS TRANSTORNOS DO CRISTALINO NO BRASIL ENTRE 2014 E 2024: UMA ANALISE EPIDEMIOLOGICA
Objetivo
Analisar internações e custos hospitalares da catarata no Sistema Único de Saúde (SUS) de 2014 a 2024, considerando fatores demográficos, geográficos e financeiros.
Método
Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo, com dados obtidos da base do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), especificamente do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS), analisando internações por catarata e outros transtornos do cristalino (2014-2024), considerando sexo, raça/cor, faixa etária, tempo de internação, distribuição geográfica e custos.
Resultado
No período analisado, o SUS gastou R$ 412.970.661,12 com doenças do olho e anexos, dos quais 89,1% foram destinados ao tratamento da catarata. Além disso, 85% dos gastos com serviços profissionais nessa categoria também se concentraram nessa condição, evidenciando seu impacto econômico. As mulheres representaram 58% das internações, enquanto 42% foram de homens. A maioria dos pacientes era branca (41,8%) ou parda (31,4%). O tempo de internação relacionado a essas doenças correspondeu a 82,8% do total na categoria. Embora 90,6% dos casos fossem eletivos, os custos permaneceram elevados devido ao volume de procedimentos, representando 97,5% do custo médio das internações por doenças do olho e anexos. Idosos entre 60 e 79 anos concentraram 73,2% das internações. Geograficamente, São Paulo (26,5%), Belo Horizonte (24,7%), Rio de Janeiro (9,3%), Salvador (6,7%) e Curitiba (6,5%) foram os locais com maior demanda.
Conclusão
A catarata e outros transtornos do cristalino representam uma carga significativa para o SUS, tanto em termos de custos quanto de utilização de recursos hospitalares. Essas condições geram alta demanda, especialmente entre idosos e em grandes centros urbanos. O estudo destaca a necessidade de políticas públicas focadas no envelhecimento populacional e na ampliação do acesso a tratamentos oftalmológicos.