Código
RC148
Área Técnica
Oncologia Ocular
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Hospital Regional de São José
Autores
- JÚLIA GLEVINSKI QUEIROZ DE SANTANA (Interesse Comercial: NÃO)
- Caroline Marchry (Interesse Comercial: NÃO)
- Vitor Menna Barreto (Interesse Comercial: NÃO)
Título
SINDROME DE VOGT-KOYANAGI-HARADA SECUNDARIA AO USO DE DABRAFENIBE E TRAMETINIBE: UM RELATO DE CASO
Objetivo
Relatar um caso de neoplasia palpebral que evoluiu com uma rara complicação retiniana secundária ao tratamento oncológico.
Relato do Caso
Paciente do sexo feminino, 28 anos, encaminhada para avaliação de uma lesão pigmentada na pálpebra superior direita. O exame revelou uma lesão melanótica associada à desorganização da borda palpebral e hiperpigmentação conjuntival na tarsal inferior, conectada à lesão principal. A acuidade visual era de 20/20 em ambos os olhos, e o exame oftalmológico não apresentava outras alterações. A análise histopatológica confirmou melanoma palpebral, classificação Breslow IV, com margens livres. Encaminhada à oncologia, não apresentava sinais de comprometimento sistêmico e iniciou terapia com dabrafenibe e trametinibe. Após um mês de tratamento, evoluiu com perda visual súbita e indolor no olho esquerdo, reduzindo a acuidade visual para 20/100. O exame evidenciou um descolamento de retina exsudativo comprometendo todo o polo posterior. Dias depois, alterações semelhantes surgiram no olho direito, acompanhadas por perda da percepção de cores, zumbido e rigidez cervical. A investigação clínica e exames complementares levaram à suspeita de síndrome de Vogt-Koyanagi-Harada desencadeada pelo uso das medicações. Inicialmente, o tratamento foi suspenso, sem melhora significativa. Posteriormente, foi instituída pulsoterapia com corticoides, resultando em regressão dos achados e melhora da acuidade visual para 20/30 em ambos os olhos.
Conclusão
Este relato descreve um caso de melanoma palpebral com evolução para uma complicação ocular rara, possivelmente induzida pelo tratamento oncológico. O acompanhamento oftalmológico foi crucial para o diagnóstico precoce e manejo adequado, prevenindo danos visuais irreversíveis. O caso reforça a importância de uma abordagem multidisciplinar para pacientes submetidos a terapias com risco potencial de complicações oftalmológicas.